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Furtos ‘levam’ lucro de fruticultores

Vanuza Borges

| Edição de 26 de julho de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A uma semana da tradicional Festa do Ovo e do Abacate, promovida pela Colônia Esperança, em Arapongas, fruticultores têm pouco a comemorar. Furtos frequentes nas propriedades viraram uma ameaça real ao lucro da atividade. Nesta safra, segundo estimativa dos agricultores, os ladrões já levaram mais de 50 toneladas de frutas. Ontem, os produtores tiveram uma reunião com o comando da Polícia Militar (PM), que suspeita da ação de uma quadrilha e promete intensificar a patrulha rural na localidade.

Imagem ilustrativa da imagem Furtos ‘levam’ lucro de fruticultores


Em algumas propriedades, a quantidade de frutas levada pelos criminosos representa 20% da produção. A cultura do abacate na Colônia Esperança teve início na década de 1950 com Miguel Massake Makiyama, que desenvolveu e identificou a melhor espécie para região, a margarida. Ele, que continua cultivando a variedade até hoje, explica que o plantio ganhou mais espaço entre os agricultores após a forte geada de 1975, que dizimou as plantações de café, principal cultura da região na época. Atualmente, cerca de 15 produtores vivem basicamente da renda do fruto. A produção local é destinada basicamente para o Sul, Norte e Nordeste do Brasil, além do exterior.
Porém, deste o início da colheita, em junho, praticamente todas as propriedades rurais da localidade foram tiveram parte da produção levada, possivelmente por uma quadrilha especializada. O período de colheita termina geralmente em setembro.
Um dos produtores lesados é Clary Ângelo Casagrande, que destina três alqueires de sua propriedade aos abacateiros. “Por baixo, levaram 15 toneladas até agora. O furto sempre existiu, mas neste ano, está num ritmo crescente. Antes, levavam sacoladas de abacates na sexta-feira para vender no domingo na feira. Agora não tem mais dia. Chegam, geralmente, de madrugada com dois, três carros e levam o que conseguem”, relata.
O produtor Milton Mário Tanaka, estima ter perdido cerca de 15 toneladas para os  ladrões. “Chegam e levam principalmente os que estão mais baixos, para colher mais rápido. O problema são os danos deixados, além de danificar o pé de abacateiro, derrubam porteiras e cortam cercas”, diz.
A propriedade dos irmãos Oscar e Silvio Fontana teve cerca de 10% da produção furtada. “Nós temos que revezar na vigilância da propriedade, mas ainda assim ocorrem os furtos. O que nos preocupa é que são quadrilhas armadas. Recentemente, durante um roubo também de abacates, em Apucarana, o produtor trocou tiros com os bandidos”, frisa.
Para tentar evitar os furtos, os produtores têm se organizado para fazer a vigilância das propriedades. Em caso de alguma suspeitam ligam par ao vizinho e comunica à Polícia Militar.

Policiamento será ampliado
Ontem à tarde, produtores  se reuniram com o comando da 7ª Companhia da Polícia Militar (PM) na sede da Colônia Esperança. O comandante da unidade, capitão Ademir Fonseca observou que é legítima a reivindicação. “Fizemos diversas orientações aos produtores, repassamos o telefone direto da Patrulha Rural e pedimos que liguem sempre que identifiquem movimentação estranha e, se possível, anotem as placas desses veículos”, diz Fonseca.
Porém, o comandante frisa, que a abordagem deverá ser feita por uma equipe da PM, que é treinada para este tipo de situação. “O nosso serviço de inteligência está investigando o caso. Diante das informações, acreditamos que uma quadrilha especializada está agindo na região e vamos identificar esses criminosos e pedir a prisão deles”, assinala.
Ainda de acordo com o capitão uma sugestão que surgiu na região é a colocação de câmeras de monitoramento nas entradas da Colônia Esperança. “Vamos fazer essa solicitação ao Município”, adianta.
O telefone do disque denúncia é: 0800-43-34-34