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HORA DE RENEGOCIAR

Da Redação

| Edição de 08 de julho de 2020 | Atualizado em 07 de julho de 2020

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A crise econômica gerada pela Covid-19 impactou o setor imobiliário de Apucarana, e motivou a renegociação dos contratos de locação entre proprietários de imóveis comerciais e locatários, com objetivo de impedir que as empresas fechem as portas. Dentre as tratativas, estão descontos de até 50% no valor do aluguel, parcelamento e até a prorrogação do pagamento. Contudo, mesmo com as facilidades, há muitos imóveis desocupados na cidade.  
O advogado Vitor Corrêa, intermediou a negociação entre vários proprietários de imóveis comerciais e locatários com problemas financeiros motivados pela pandemia da Covid-19. Em um dos casos ele conseguiu desconto de até 50% no valor do aluguel, mas no geral o valor abatido nos acordos varia entre 30% a 35%. Alguns proprietários também aceitaram parcelar a metade do preço da locação, como maneira de evitar que o inquilino desocupe o imóvel e se mantenha no mercado. “A negociação depende de cada proprietário. Teve um caso em que o cliente estava há mais de 10 anos no imóvel e o proprietário concedeu três meses de carência. E teve outro de proprietário que preferiu desocupar o imóvel do que renegociar”, relata.   
Corrêa observa que, mesmo com a retomada das atividades comerciais ainda existem ramos de atividade que continuam em dificuldade, como o do turismo. “São empresas que vão demorar a ter uma retomada, e ainda assim estão conseguindo benefícios em relação a locação. Isso é um ponto muito positivo”, observa. 
Delegado municipal do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-PR) Antônio Bertholli, destaca que as renegociações entre locatários e proprietários de imóveis comerciais de Apucarana começaram a partir de abril, logo após o decreto municipal que fechou os estabelecimentos por conta da pandemia do coronavírus. Segundo Bertholi, as tratativas incluem descontos, prorrogação e até isenção de pagamento do valor do aluguel, de acordo com cada caso e sempre com autorização dos proprietários dos imóveis. 
“Os proprietários deram uma assistência bem acentuada para atender a situação dos inquilinos que necessitam pagar aluguel e que foram prejudicados comercialmente, porque as receitas diminuíram por conta da pandemia. É um momento de todos se ajudarem para passar essa fase difícil mediante esta pandemia. Se não nos ajudarmos. O momento é de despertar o senso de ajuda ao próximo”, afirma. 

Acordo é melhor opção para o momento 

Para o imobiliarista João Ceriani, é sensato conceder um acordo para ajudar o locatário a respirar até que o momento crítico passe. De acordo com ele, no início da pandemia alguns descontos foram concedidos por proprietários. Em outros casos, locatários fecharam acordo com donos dos imóveis, deixando parte do valor do aluguel para dezembro, época em que o comércio costuma faturar mais. “No começo da pandemia, tivemos números fora da média. Alguns negócios fecharam, outros mudaram de endereço para imóveis menores. Algumas empresas não foram afetadas, outras devem ter perdido 90% do faturamento. Foram situações variadas, mas o que predominou foi uma desaceleração na maior parte das atividades, isso é inegável”, analisa.
Ceriani assinala que a rotina de ocupação e desocupação dos imóveis comerciais não sofreu variação no período e que os contratos de locação de imóveis residenciais têm se mantido estáveis até o momento, sem necessidade de renegociação.