OPINIÃO

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Impasse no pedágio de Arapongas gera apreensão

Da Redação

| Edição de 28 de junho de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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É preciso buscar uma solução para o impasse envolvendo o Movimento Tarifa Zero e a Concessionária Viapar, responsável pelo pedágio da BR-369, entre Arapongas e Rolândia. A situação chegou a um ponto preocupante por conta da falta de diálogo. O movimento reivindica isenção da tarifa para moradores dos dois municípios e a liberação da Estrada do Ceboleiro, usada como alternativa ao pedágio por motoristas, principalmente de Arapongas e Rolândia. A Viapar, por outro lado, não sinaliza com nenhum tipo de acordo e também não concorda com o tráfego pela Estrada do Ceboleiro. O caso está na Justiça. 

A Estrada do Ceboleiro está no centro da discussão. O movimento “Tarifa Zero” afirma que a via rural existe há 50 anos e não pode ser bloqueada para o uso dos motoristas, pois existia antes do pedágio. Portanto, é de servidão pública. A Viapar diz ter uma decisão favorável do Supremo Tribunal Federal (STF) e também o aval da Prefeitura, que liberou o bloqueio na gestão passada. 

A queda de braço gera apreensão na Estrada do Ceboleiro. O movimento abriu um acesso na altura da Rua Rabilonga-Vermelha, em Arapongas. Na sequência, a concessionária fechou o trecho, com barras de concreto e abrindo crateras na antiga pista; por último, os moradores reabriram o acesso, construindo nova passagem de veículos. 

Com isso, caminhões, motos e carros de passeio voltaram a passar normalmente pelo trecho. Antes da reabertura do acesso, muitos motoristas se arriscavam andando ao lado da linha férrea, o que representa um perigo a segurança desses condutores. 

O Movimento “Tarifa Zero” de Arapongas e Rolândia é inspirado em ação semelhante colocada em prática em Mandaguari, onde a comunidade daquele município conseguiu, após vários protestos, desconto de 80% para os motoristas locais. Em Arapongas e Rolândia, no entanto, a situação é mais complexa por conta do maior número de veículos – praticamente quatro vezes mais que em Mandaguari. 

Fica claro, no entanto, que é preciso abrir um canal de diálogo para discutir essa pendenga. Isso precisa ser feito antes que ocorra um incidente com maior gravidade. 

Não há outro caminho a não ser a transparência nas negociações, respeitando a lei. A Viapar está em dívida com a obra do contorno de Arapongas, por exemplo, que já deveria ter saído do papel, o que não ocorreu em virtude de uma série de empecilhos, começando pela não desapropriação dos terrenos necessários por parte do governo estadual. O fato é que é preciso buscar uma solução, agindo com bom senso, sem nenhum tipo de radicalismo que prejudique, no final das contas, ainda mais o próprio usuário.