CIDADES

min de leitura - #

Incubadora da UTFPR quer atrair empresas

Renan Vallim

| Edição de 17 de junho de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

Criado há menos de quatro anos, o Hotel Tecnológico (HT) do campus de Apucarana da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) já conseguiu quatro patentes de produtos e métodos inovadores, todos desenvolvidos a partir de ideias dos próprios alunos. Com planejamento de expansão, a meta para o ano que vem é adotar o sistema de ‘inovação aberta’, recebendo projetos de empresas privadas para serem desenvolvidas nos laboratórios da instituição, além de atuar como uma incubadora de novas empresas e startups.

Imagem ilustrativa da imagem Incubadora da UTFPR quer atrair empresas

O HT é considerado, atualmente, como uma ‘pré-incubadora’ de projetos. A cada semestre, um edital é lançado e os alunos têm a possibilidade de submeter projetos para análise. Entre três e cinco projetos são aprovados, podendo ser desenvolvidos dentro da estrutura do HT.
Cada projeto é orientado por um professor da universidade. Os estudantes envolvidos recebem orientações de metodologia de pesquisa e desenvolvimento de produtos, estruturação do projeto e plano de negócios. Tudo é feito em um sistema de ‘coworking’, ou seja, todos os projetos são desenvolvidos no mesmo ambiente, incentivando a troca de experiências entre acadêmicos de cursos e áreas diferentes.
O desenvolvimento leva em torno de dois anos. “A intenção é reduzir esse tempo, fazendo com que os projetos amadureçam ainda mais rápido”, afirma o professor Ronie Galeano, diretor de Relações Empresariais e Comunitárias do campus. Após este tempo de desenvolvimento, o projeto já está pronto para ser colocado em prática, com um modelo de negócio próprio, para ser comercializado no mercado.
O professor explica que, mesmo com o pouco tempo desde a criação, o HT já apresenta resultados muito positivos. “É um grande orgulho para nós o trabalho desenvolvido aqui. Já finalizamos um total de oito projetos e desenvolvemos quatro patentes, faltando apenas uma para que atinjamos a nossa meta inicial. Isto mostra a qualidade dos nossos alunos e também dos professores, vários deles com doutorado e pós-doutorado, com pesquisas importantes no Brasil e no exterior”, diz.
A última patente adquirida foi a de um software voltado a auxiliar empresas na busca por soluções de eficiência energética, chamado GreenX. O projeto foi desenvolvido pelos acadêmicos Allan Araujo Pereira e Rone Cleison Souza de Oliveira, sob a orientação do professor Murilo Pereira Moisés.
Segundo os responsáveis pelo projeto, o desenvolvimento se iniciou com a entrada do grupo no Hotel Tecnológico. Inicialmente, um estudo de mercado e viabilidade foi feito, identificando a oportunidade de desenvolver o software.
Após vários testes e o desenvolvimento de um protótipo, foi possível chegar a uma versão final do programa e registrar sua patente junto à UTFPR, o que ocorreu neste primeiro semestre de 2018. “Com a utilização do software, a empresa estará otimizando o consumo de energia e evitando desperdícios de recursos financeiros com o uso de tecnologias com pouca eficiência energética”, diz Rone.

Instituição vai abrir projeto
Para 2019, o próximo passo do Hotel Tecnológico da UTFPR de Apucarana é atrair empresas para desenvolver projetos dentro dos laboratórios da instituição. Este modelo, chamado de ‘inovação aberta’, proporciona ganhos tanto para as empresas quanto para a própria universidade, como explica o professor Ronie Galeano.
“Isto faz com que as empresas, ao invés de gastarem grandes quantias de dinheiro na construção de um laboratório próprio, utilizem a estrutura já montada da UTFPR, reduzindo custos e realocando investimentos. A universidade também leva vantagem, recebendo recursos destas empresas para equiparem ainda melhor os laboratórios e formando os alunos com ainda mais qualidade”, destaca.
Em paralelo a isso, o HT quer também dar ainda mais suporte aos projetos dos alunos. “Estamos a caminho de nos transformarmos em uma incubadora, ou seja, após o desenvolvimento dos projetos, teremos espaço para que empresas e startups continuem dentro do Hotel Tecnológico, em um processo não apenas de desenvolvimento, mas também de comercialização dos produtos”, afirma Galeano.
Além de colocarem a UTFPR na vanguarda do desenvolvimento tecnológico, as patentes, empresas e produtos criados dentro da universidade repassam parte dos lucros para a instituição.