Proprietários de imóveis e locatários de toda a região estão em negociações a respeito dos reajustes de preços dos aluguéis para este ano. Isso porque o Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM), usado como reajuste de aluguéis, fechou com alta de 23% no ano. Em uma economia fragilizada por conta da pandemia, locatários estão apreensivos com os reajustes e buscando acordos junto as imobiliárias.
É o caso da comerciante de Arapongas Juliana Cassia Zanin. Ela paga aluguel em um ponto no centro da cidade e está apreensiva em relação ao reajuste. “Até o momento, não consegui nenhuma negociação para este ano. No início da pandemia, o locatário não queria dar descontos, mas acabou concordando em diminuir o valor numa escala a cada 3 meses. Mas para este ano estou preocupada, pois meu aluguel é alto e qualquer alteração faz diferença pra mim. Com o aumento nos custos e queda nas vendas, terei que deixar o imóvel, caso o valor seja reajustado e eu não consiga um acordo”, lamentou a comerciante.
Para o corretor de imóveis de Apucarana Luiz Alberto Sardinha, o mercado está muito diferente e a alta expressiva do IGPM obrigou proprietários a realizar acordos para não verem seus imóveis vazios. “Muitos donos de imóveis não estão reajustando os aluguéis ou fazendo reajustes menores, de 5 a 10% no máximo. Mesmo com o mercado estável, com desocupações e ocupações no mesmo patamar, os proprietários preferem negociar e manter os inquilinos”, explicou.
Sardinha conta ainda que os imóveis comerciais são os mais afetados pelas desocupações. “Os locatários estão pedindo muito descontos, principalmente de imóveis comerciais como salas e barracões. A taxa de desocupação destes imóveis é maior, portanto muito proprietários chegam a diminuir preços para não ficar com os imóveis vazios. É uma época boa para negociar e está bastante favorável para quem quer locar um imóvel”, disse o corretor.
Amanda Bertholi, corretora de imóveis em Apucarana, afirma que muitas negociações amigáveis já foram realizadas este ano na imobiliária, justamente em razão do alto índice de aumento no ano. “Muitos locatários nos procuraram para que os proprietários pudessem realizar descontos, fizemos vários aditivos para contratos vigentes e renovações, em alguns casos com descontos de até 50%. A expectativa é de que os proprietários continuem segurando os valores para manter os locatários nos imóveis”.