OPINIÃO

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Infraestrutura precisa acompanhar alta de veículos

Da Redação

| Edição de 21 de maio de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O aumento no número de emplacamentos na região é um forte demonstrativo de que a economia se mantém aquecida. Ao todo, foram quase 2,2 mil novos veículos emplacados entre janeiro e abril nos três maiores municípios da região: Apucarana, Arapongas e Ivaiporã. O mercado de veículos é visto como um dos termômetros da economia, servindo como um parâmetro de satisfatória confiabilidade. No entanto, este ritmo crescente de veículos liga o sinal de alerta: o que fazer com as ruas cada vez mais abarrotadas?

O que é preciso ter em mente é que este aumento no número de veículos circulando pelas ruas e avenidas destas cidades precisa ser acompanhado por melhorias na infraestrutura urbana. Enquanto o número de carros, motos, caminhões e demais veículos cresce, o tamanho das vias continua o mesmo.
Outro ponto que merece atenção é que a procura pelo carro próprio, mesmo em cidades em que a maioria dos deslocamentos não abarca grandes distâncias, mostra que o transporte coletivo é preterido pelas pessoas, o que é algo preocupante. É claro que ainda há, de maneira bem forte na cultura brasileira de modo geral, a figura do carro como um objeto de ‘status’. Não à toa, parte do chamado ‘custo Brasil’ advém desta ‘aura’ compartilhada pelos veículos (boa parte do restante vem, basicamente, de impostos).
Porém, também é um reflexo de que o transporte coletivo acaba por não satisfazer os usuários, que acabam optando pela aquisição de um veículo assim que a situação financeira permite. Por isso, faz-se necessário que as licitações do serviço de transporte entendam as demandas dos cidadãos.
Em Apucarana, o edital já abrange veículos com ar-condicionado e internet móvel, além de pontos de embarque e desembarque modernos. As propostas serrão conhecidas nesta semana. Arapongas não deve seguir caminho muito diferente: o município está em vias de publicar o edital.
Portanto, do ponto de vista econômico, é positivo observar esta alta no número de emplacamentos. Mas é também necessário ponderar o impacto que esta alta acaba infligindo em toda a infraestrutura urbana. Os governantes precisam estar atentos a isto e pensar em soluções, seja para absorver este volume de veículos cada vez mais crescente, seja para buscar alternativas coletivas de transporte, algo inclusive melhor do ponto de vista ambiental.