OPINIÃO

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Já era hora de revisar a política de preços do GLP

Da redação

| Edição de 19 de janeiro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A Petrobras surpreendeu os consumidores anteontem ao anunciar uma novo reajuste de preços do botijão de 13 kg, desta vez, entretanto, para baixo. Desde ontem, o preço do produto nas refinarias ficou 5% mais barato. Uma boa notícia após sucessivas altas, notadamente no segundo semestre do ano passado, que fizeram o GLP se tornar o novo violão do orçamento doméstico no ano passado. 

Segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o gás de cozinha sofreu um reajuste de 16% ao longo de 2017, índice mais de cinco vezes superior à inflação do período, contabilizada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2,95%.
Além da redução, a estatal anunciou uma nova política de preços, cujos reajustes passam a ser trimestrais e que, além disso, vão passar, caso sejam superiores a 10%, pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços (Gemp), formado pelo presidente da Petrobras e pelos diretores de Refino e Gás Natural e Financeiro e de Relacionamento com Investidores. Nestes casos, a data de aplicação dos ajustes pode ser modificada. Caso o índice de reajuste seja muito elevado, o Gemp poderá não aplicá-lo integralmente, e compensar a diferença.
A estatal admite que a revisão de métodos - que implicam ainda em novas formas de apuração do produto no mercado internacional - foi adotada como forma de suavizar os repasses em relação à volatilidade do mercado internacional para o mercado doméstico. Por fim, em nota, a empresa reconheceu interesse de privilegiar uma política energética nacional com prática de preços diferenciados para a comercialização do GLP de uso residencial.
Argumenta a empresa que estes novos critérios permitirão manter o valor do GLP referenciado no mercado internacional, “mas diluirão os efeitos de aumentos de preços tipicamente concentrados no fim de cada ano, dada a sazonalidade do produto, embora a referência continuará sendo o preço do butano e propano comercializado no mercado europeu, acrescido de margem de 5%”, diz a nota divulgada à imprensa.
Enfim, o governo federal se sensibilizou em relação a questão do gás de cozinha, um item de primeira necessidade que está longe de ser luxo e cujo preço tem um impacto cruel no orçamento das famílias de baixa renda. 
Gás de cozinha a preços altos chega a ser um risco de segurança alimentar para  a população carente. Espera-se que essa revisão na forma como a Petrobras vai tocar a questão do preço do GLP daqui para frente realmente suavize os reajustes. No final deste ano, quando o preço no mercado internacional voltar a pressionar saberemos qual caminho o governo vai tomar.