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Julho registra índice de chuvas 72% menor

Cindy Santos

| Edição de 02 de agosto de 2019 | Atualizado em 05 de agosto de 2019

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Típica de inverno, a estiagem está mais prolongada que o normal na região. Dados do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) apontam que em todo o mês de julho choveu apenas 20.4 milímetros, índice 72% abaixo dos 75 milímetros esperados para o mês. Com pouca chuva, sofre o campo e a cidade com o aumento do número de queimadas e doenças respiratórias.

Imagem ilustrativa da imagem Julho registra índice de chuvas 72% menor

Conforme o 11º Grupamento de Bombeiros, em todo o mês de julho foram registradas 33 ocorrências envolvendo incêndio em vegetação somente em Apucarana. Na área de abrangência do batalhão, que compreende 18 municípios da região, foram 84 atendimentos no mesmo período.
“Esse número de ocorrências tem relação com a geada que secou a vegetação e devido à falta de cuidado das pessoas que não roçam os terrenos da maneira correta e colocam fogo para limpeza de terreno, atingindo vegetação e até residências”, analisa o tenente Rocha .
Rocha alerta que colocar fogo em vegetação é considerado crime ambiental punido pela Lei de Crimes Ambientais 9.605/98. 

SAÚDE
Os problemas alérgicos e respiratórios também costumam aumentar com o tempo seco e, consequentemente, baixa umidade relativa do ar. O médico especialista em medicina da família e comunidade, Odarlone Orente, ressalta que o período causa uma piora nos problemas respiratórios de quem já tem alguma doença crônica como asma, bronquite ou alergias, como a dermatite. Segundo ele é imprescindível aumentar a hidratação ao longo do dia. “Beber bastante água, evitar banhos quentes, não usar sabão em excesso e usar hidratante corporal logo após o banho”, ressalta. 
Em casa, o ambiente também deve estar limpo e ventilado. O médico orienta melhorar a umidade com uma toalha molhada ou colocar uma bacia de água embaixo da cama, por exemplo. “Na dúvida, sempre procurar atendimento médico”, assinala. 

Seca pode comprometer produção de trigo
No campo, a estiagem é sinônimo de prejuízo. O técnico do Departamento de Economia Rural (Deral), Adriano Nunomura, afirma que o trigo é a principal cultura afetada pela falta de chuva. De acordo com ele, as lavouras da região já atingiram 65% de frutificação - fase que caracteriza o enchimento do grão - e a etapa necessita de umidade adequada para o ganho de peso. “Com a falta de chuva, pode ser que o rendimento do trigo seja menor, ou seja, a estiagem pode reduzir o potencial produtivo do grão”, analisa.
A falta de chuvas regulares também comprometeu a produção de hortaliças. Segundo Nunomura, o produtor está gastando mais para melhorar a irrigação e evitar perdas. Além disso, a seca após a geada registrada no início do mês de julho queimou as pastagens na zona rural. “O pasto não conseguiu rebrotar e com o tempo seco aumenta o risco de queimadas”, alerta.
Conforme o meteorologista do Simepar, Fernando Mendes, ainda há possibilidade de outra geada neste fim de semana, o que pode causar mais perdas na agricultura. “Uma nova frente fria muda o tempo na região com expectativa de chuva na madrugada deste sábado o que favorece a condição de geada no domingo”, afirma.