OPINIÃO

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Lado a lado no trabalho, mas fora das decisões

Da Redação

| Edição de 08 de dezembro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O baixo índice de mulheres na administração de propriedades rurais na região expõe o problema da desigualdade no campo. Ainda que a situação das mulheres em diversos setores do mercado de trabalho tenha avançado significativamente em comparação com décadas anteriores, em algumas áreas a situação é pior do que em outras.

Segundo reportagem publicada na edição de ontem da Tribuna, o número de mulheres responsáveis pela administração de propriedades rurais na região representa apenas 11,2% do total de produtores. De acordo com o Censo Agropecuário 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 14.993 produtores do Vale do Ivaí e Arapongas, 13.264 são homens e apenas 1.669 são mulheres. O índice regional revelado pela pesquisa é menor do que a média estadual (13,4%) e nacional (19%).
A secretária municipal da Mulher de Apucarana, Denise Canesin, foi bastante feliz na colocação trazida na referida reportagem, quando aponta que as mulheres estão lado a lado com os homens no campo, mas não nas decisões administrativas das propriedades e das famílias. Em outros ambientes, esta distinção na tomada de decisões tem reduzido, ainda que a passos lentos. Mas aparentemente, o ambiente rural ainda se mantém com algumas práticas mais anacrônicas, em nome do tradicionalismo.
As mulheres têm, com justiça, avançado em termos de igualdade, ainda que haja um longo caminho a ser percorrido. No entanto, parece que a situação anda em velocidade menor na zona rural, pelo que os números do Censo Agropecuário mostram. É preciso trabalhar para mitigar esses desequilíbrios, dando ênfase onde eles são maiores e mais agudos, como o campo.