As administrações públicas são fundamentais para a movimentação da economia nos municípios da região, como mostrou a reportagem da Tribuna de ontem. As prefeituras, através de compras públicas, injetam uma quantia significativa nos mercados locais, contribuindo para o crescimento econômico.
No entanto, isso só acontece se as empresas locais se dispuserem a participar das licitações. Ainda há uma certa resistência entre alguns grupos de empresários, principalmente aqueles que se lembram de tempos em que era mais comum os órgãos públicos não cumprirem com pagamentos a fornecedores e prestadores de serviços. Após mudanças na legislação, aumentou a responsabilidade dos entes públicos, fazendo com que o risco de ‘calote’ fosse sensivelmente reduzido.
Por isso, é grande a importância de associações, como a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana (Acia), realizarem programas e campanhas no sentido de incentivar as empresas locais a participarem das licitações públicas.
De acordo com o levantamento, feito pelo Sebrae e apresentado na última semana em evento na Acia, a movimentação de compras públicas foi de R$ 371 milhões em 2018, e com um potencial ainda maior de crescimento, de acordo com economistas. Só em Apucarana, por exemplo, os investimentos somaram R$ 143 milhões.
Se as empresas locais não aderem às compras públicas das administrações municipais do Vale do Ivaí, todo esse dinheiro acaba indo para outras cidades. Dinheiro pago pelo contribuinte da região, que poderia estar retornando, ainda que indiretamente, para movimentar a economia.
E não precisa ser necessariamente uma grande empresa. De acordo com o levantamento, 65% do total investido pelas prefeituras e demais órgãos públicos foi para micro e pequenas empresas. Em suma, é preciso desmistificar o ato de participar de licitações públicas. Quanto mais empresas locais participarem, mais a economia local ganha.