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Lunardelli aposta na produção de alfafa

Ivan Maldonado

| Edição de 14 de outubro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A alfafa - leguminosa usada para alimentação animal - é atualmente uma das principais atividades econômicas de Lunardelli. A cultura é responsável pela geração de emprego e renda em mais de 80 pequenas propriedades rurais, atingindo uma área de aproximadamente 250 alqueires e movimentando anualmente quase R$ 10 milhões, segundo dados da Secretaria de Agricultura do Paraná. Em valor de produção, apenas a soja supera a alfafa. 

Imagem ilustrativa da imagem Lunardelli aposta na produção de alfafa


A principal razão para este avanço é o mercado tradicionalmente garantido, com o produtor chegando a realizar até oito cortes por ano, o que se traduz em renda a cada 35 dias. Uma plantação de alfafa tem vida útil de aproximadamente 5 anos.
O produtor Hugo Gilmar do Prado produz alfafa em 7 alqueires. “Nossa família já está produzindo alfafa há 15 anos e, graças a Deus, nós estamos vivendo e muita gente vive disso aqui em Lunardelli. É uma cultura que mantém um preço bom no inverno e mesmo com a queda no verão, dá uma boa rentabilidade durante o ano”, comenta. 
Prado relata que a média de produção anual da propriedade dele por alqueire é de 4 mil quilos. “Mas, já chegamos a produzir até 7 mil quilos. Outra vantagem da alfafa é que a geada e o granizo não mata a planta. Também pode ficar 30 a 40 dias sem chuva, que depois ela rebrota, e em 35 dias fica pronta para um novo corte”, comenta.
Ele acredita que a dificuldade maior do produtor é quando ele vai iniciar no ramo. O investimento, segundo Prado, é muito alto por conta dos maquinários. “Isso porque quase 100% do trabalho é feito com maquinários, mas é uma cultura que traz o retorno rápido”, acredita. 
O  produtor destaca ainda que a mão de obra é bastante utilizada, em apoio ao maquinário, na produção  no corte, no eleiramento, no recolhimento da roça para o barracão, ou na enfardação. 
“Nós somos em três da família, mais trabalham com nós direto pelo menos mais umas três pessoas. No primeiro corte, por exemplo, por causa da preparação, a terra está bastante macia, e a máquina não consegue cortar, ai o trabalho de corte tem que ser feito totalmente no manual”. 
O comerciante de alfafa Sandro Iamamoto enfatiza que é uma cultura que traz bons resultado para o município, principalmente na geração de empregos, que contrata mão de obra na época do corte e no preparo do feno. “Seria mais ou menos como o café, que no passado dava muita mão de obra para o povo. Gera mão de obra durante o corte pelo menos de seis a oito vezes por ano. Então, uma propriedade de quatro alqueires emprega em torno de três a cinco pessoas praticamente o ano inteiro. No soja, um tratorista toca 100 alqueires, um tropeiro toma conta de mil cabeças de boi, agora mesmos que seja um alqueire de alfafa, uma pessoa não consegue tocar sozinho”.
Com relação ao preço de mercado, Iamamoto explica que é um produto bastante flexível. “É um mercado que costuma oscilar entre R$ 0,60 a R$ 1,00 o quilo. De março a agosto com o clima mais frio, a produção é menor e os preços são bem melhores. É a oferta e a procura, produziu mais o preço é menor, começa a faltar alfafa o preço aumenta”, completa Iamamoto.