POLÍTICA

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Maioria do eleitorado tem baixa escolaridade

Edison Costa

| Edição de 12 de agosto de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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No dia 7 de outubro deste ano, cerca de 147,3 milhões de brasileiros irão às urnas para escolher o novo presidente da República, governadores, senadores, deputados federais ou distritais e estaduais. Esta é a oportunidade que o brasileiro tem para promover as mudanças na política e nos rumos do País que o próprio povo está pedindo.
São homens e mulheres, adultos e jovens de diferentes profissões e níveis de escolaridade que terão a responsabilidade de escolher os novos governantes e legisladores deste País. Nos cinco principais colégios eleitorais da região, a maior parte do eleitorado tem baixa escolaridade. Em Apucarana, Arapongas, Ivaiporã, Jandaia do Sul e Faxinal, na média, 45,2% do eleitorado tem no máximo o ensino fundamental completo. O índice é parecido à média nacional. 
Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), referentes ao nível de instrução, mostram que a maior parte do eleitorado brasileiro possui apenas o ensino fundamental incompleto. São 38.063.892 eleitores (25,8%) que declararam ter essa escolaridade. Aqueles que concluíram o fundamental somam 10.030.145 (6,8%). Neste grupo estão ainda 6.574.110 eleitores analfabetos (4,4%) e 13.147.191 que só leem e escrevem (8,9%) Somando os quatro dá um total de 67.815.338 (45,9%).  
Outros 33.676.853 eleitores (22,8%) afirmaram ter concluído, pelo menos, o ensino médio. 
Já os eleitores com ensino superior completo somam apenas 13.576.117 (9,2%).
O baixo nível de escolaridade dos eleitores brasileiros não é diferente no Paraná e na região. Dos 7.971.083 de eleitores do Estado, 2.005.573 têm apenas o ensino fundamental incompleto (25%) e 621.944 (7,8%) o fundamental completo. Os analfabetos são 217.768 (2,7%) e que só leem e escreve são 434.968 (5,4%). No total, o grupo de baixa escolaridade soma 3.280.053(40,9%).
Os que têm ensino médio completo no Paraná somam 2.051.956 (25,7%), enquanto os cidadãos que possuem nível superior completo são 1.072.156 (13,4%).
Idêntica situação é verificada na região de Apucarana, conforme levantamento feito pela Tribuna. Os maiores colégios eleitorais da região – Apucarana, Arapongas, Ivaiporã, Jandaia do Sul e Faxinal – também registram baixo nível de escolaridade entre os eleitores.
Em Apucarana, os eleitores com ensino fundamental incompleto somam 23,2 mil (25,5%), com ensino fundamental completo são 7,4 mil (8,1%), enquanto os analfabetos são 3.1 mil (3,4%) e apenas lê e escreve (4,7%). Desta forma, neste grupo de baixa escolaridade estão 38,2 mil (41,7,%). Com ensino médio completo são 22,6 mil (24,8%) e com curso superior completo são 12,1 mil (13,3%).
Em Arapongas, segundo maior colégio eleitoral da região, os eleitores com curso fundamental incompleto somam 19,2 mil (25%) e com fundamental completo, 7,2 mil (9,3%), enquanto os analfabetos são 1,2 mil (1,6%) e lê e escreve (4,3%). Sendo assim, neste grupo de baixa escolaridade existem 31,1 mil eleitores (40,2%).
Os que têm ensino médio completo são 22,6 mil (24,8%) e os que têm curso superior completo são 12,1 mil (13,3%). Situação semelhante é registrada também em Ivaiporã, Jandaia do Sul e Faxinal (ver quadro).

Imagem ilustrativa da imagem Maioria do eleitorado tem baixa escolaridade


O TSE frisa, no entanto, que essas estatísticas precisam ser vistas com relatividade, uma vez que a informação reflete a escolaridade declarada pelo cidadão no momento do registro eleitoral ou da atualização de seus dados cadastrais, sem necessidade de comprovação.

ANÁLISE
Para o professor Rogério Ribeiro, vice-presidente para assuntos de controle social do Observatório Social de Apucarana (OSA), o nível de escolaridade é um indicador importante para caracterizar tanto o perfil social quanto o perfil econômico de uma região ou mesmo do País. “Já com relação ao perfil do eleitorado é difícil de aferir somente por este indicador. O papel fundamental do eleitorado é o de fazer a escolha de seus representantes nos poderes executivo e legislativo. Nesta linha de análise é mais importante o nível cultural do eleitor. É a sua formação humana, crítica e cidadã que faz com que as escolhas sejam adequadas”, assinala Ribeiro. 
Na sua opinião, a baixa formação cultural é que torna o eleitor vulnerável aos apelos populistas dos candidatos, induzindo-os a escolhas inadequadas para a sociedade. “Por conta disto os movimentos sociais e a sociedade civil organizada devem fazer campanhas, debates e reuniões de esclarecimento da sociedade acerca das propostas e linhas de atuação e de comportamento dos candidatos com o objetivo de esclarecer o eleitorado, de forma geral, e os de menor nível cultural, de forma particular, quanto a identificar candidatos que possuem propostas e discursos que não são possíveis de serem postas em prática”, analisa. 

Crescem votos por biometria
De acordo com informações do Tribunal Suprior Eleitoral (TSE), metade do eleitorado brasileiro será identificado por biometria nas eleições de 2018. São 73,7 milhões de eleitores, ou 50% de todas as pessoas aptas a votar no País.
Em 2014, ano das últimas eleições presidenciais, o total de eleitores com identificação digital em municípios com reconhecimento biométrico era de 21,7 milhões de pessoas, ou 15,2% do eleitorado.
Mais de 87 milhões de eleitores têm o cadastro biométrico atualmente no Brasil (60% do eleitorado). Parte dessas pessoas, porém, está em cidades que não terão o reconhecimento das digitais disponível para as eleições deste ano. Por isso, o número total de eleitores com o cadastro é maior que o número de pessoas que vão votar usando biometria.
Segundo o TSE, a meta da Justiça Eleitoral é identificar 100% dos eleitores por meio da impressão digital até 2022.
Nas eleições deste ano, o Paraná contará com 7.971.087 de eleitores aptos a votar. Destes, 7.164.065 (89,88%) poderão ser identificados pela biometria nos 306 municípios que possuem cadastro biométrico ou identificação híbrida. Ainda, 304 eleitores serão reconhecidos, pela primeira vez, por meio do nome social impresso no título de eleitor e no caderno de votação, conforme decisão aprovada pelo Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em março deste ano. (E.C.)