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Manoel Ribas triplica produção de leite

Ivan Maldonado

| Edição de 13 de agosto de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A produção do leite no município de Manoel Ribas atingiu no ano passado 43.8 milhões de litros, conforme informações do Departamento de Economia Rural (Deral), um volume 337% acima dos 14 milhões de litros há dez anos. A bacia leiteira de Manoel Ribas é formada, em sua maioria, por agricultores familiares. Se antes a criação de gado leiteiro era uma forma a que se recorria para sobreviver, hoje, para vários produtores, é um negócio dos mais lucrativos.

Imagem ilustrativa da imagem Manoel Ribas triplica produção de leite
Barracões cobertos substituem sistema de piquete: maior produtividade | Foto: Ivan Maldonado


Conforme o técnico agrícola Erasmo Damasceno Stipp, do setor de pecuária da prefeitura de Manoel Ribas, a chave para essa mudança foi integrar tecnologia de produção, com inseminação artificial e melhoramento genético, à alimentação adequada dos bovinos. “Com isso os produtores conseguiram ter um salto na produtividade do rebanho, passando de 8 a 9 litros por dia para acima de 20 litros diários. Um volume de fazer inveja a pecuaristas das principais bacias leiteiras do país”, comenta.
O produtor Vandeson Otto Stipp está entre os produtores que apostou no ramo e investiu. Ele cria 26 animais em uma área  de pouco mais de 10 alqueires, divididos em cinco alqueires de reserva florestal e cinco alqueires com cultura de milho, soja e pecuária leiteira. 
Vanderson relata está na atividade há mais de dez anos. “Depois que começamos o melhoramento genético e melhoramos a alimentação dos animais nossa produção mais que dobrou. Hoje produzimos diariamente 600 litros por dia. A média por vaca é 20 litros, mas temos novilha de primeira cria que chega a dar 40 litros”, comenta.
O manejo na propriedade de Vanderson é com os animais tratados a pasto, em sistema de piquetes. “Na parte da manhã, as vacas ficam no pasto e o que falta para complementar a alimentação está na silagem e na ração”, explica Vanderson. 

INSTALAÇÕES
O tipo de instalação usada no manejo das vacas leiteiras também tem grande influência nos resultados de produtividade e sanidade do rebanho de Manoel Ribas. O criador Amarildo Willemann há duas semanas passou a manejar 40 animais no sistema chamado Free-stall (baia livre). 
Ele explica que o free-stall se baseia em um galpão coberto, com uma cama de areia para cada animal, onde, basicamente, a vaca se levanta exclusivamente para se alimentar. “É um sistema que estamos seguindo que é muito utilizado na cidade de Castro e foi muito importante lá para o aumento da produção”, esclarece.
No sistema a pasto produção média da propriedade de Willemann era de 28 litros. “Já nesse novo sistema e a dieta que estamos aplicando, a intenção é chegar a 33 litros já no próximo mês”, assinala Willemann.
Adilson Geraldo Ferreira, em sociedade com o produtor Nivaldo Becker, utilizam o Composto de Barn na criação de 70 vacas há cerca de 5 meses. O Composto de Barn e é um modelo de instalação semelhante ao Free-stall, porém, a cama é feita com serragem, o que dá oportunidade de renda através da venda do composto orgânico gerado pela cama, que é um adubo de ótima qualidade. 
Assim como o Free-stall, o objetivo do Composto de Barn é proporcionar um local confortável e seco para os animais durante todo o ano. “Com maior conforto e maior higiene, nossas vacas tiveram redução de problemas de saúde, e consequentemente aumento na produção de leite. Além disso, ficou melhor para trabalhar pois tem menor odor e menos incidência de insetos”, argumenta Ferreira. 
A média da propriedade antes da implantação do modelo Composto de Barn era de 18 litros, atualmente é em torno de 29 litros. “As melhores vacas hoje estão produzindo em média 45 litros”, completa Ferreira. 
prem