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MEDO NO ISOLAMENTO

CINDY SANTOS APUCARANA

| Edição de 02 de abril de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O novo coronavírus mudou a rotina de todo mundo, mas para aqueles que se enquadram nos grupos de risco e são mais vulneráveis, além da prevenção é preciso conviver com a apreensão. Estudos apontam que idosos, diabéticos, hipertensos, cardiopatas e portadores de doenças respiratórias crônicas são mais propensos a ter sérias complicações se forem infectados pela Covid-19. E como ainda não há vacina contra a doença, a prevenção mais eficaz é o isolamento social.    

Desde que a pandemia chegou até o Brasil, a apucaranense Maria Rita da Silva Oliveira, 91 anos, não sai mais de casa. Antes ela fazia caminhadas diariamente pelo bairro onde mora e recebia visitas. “Não posso sair mais, só fico em casa agora. Quero que acabe logo esse isolamento para poder passear”, diz. 
Quando precisa de algo, Maria conta com a ajuda do filho Antônio Alves Oliveira, 49 anos. Para não correr o risco de contaminar a mãe, ele adotou vários cuidados além de evitar ao máximo sair de casa. “Restringi as minhas saídas. Saio somente uma vez por semana para ir ao supermercado. Quando chego em casa tiro a roupa imediatamente, coloco para lavar e tomo banho”, comenta. 
Outra apucaranense que adotou o isolamento domiciliar é a funcionária pública aposentada Aparecida Rossetti, 59 anos. Ela sofre de enfisema pulmonar e é cardíaca. “Tenho o coração fraco e ainda sou deficiente, amputei uma perna”, conta. 
Por fazer parte do grupo de risco, ela redobrou os cuidados e conta com a supervisão do filho. “Estou vivendo em cárcere privado”, brinca. “Eu gostava tanto de sair de casa, amo passear ir nas lojas. Saía todos os dias e agora não posso mais”, conta. 
Também de Apucarana, a estudante Gabriela Chiappina Saran de 19 anos, adotou cuidados extremos para se proteger, pois tem diabetes. “Eu estou em quarentena, não saio de casa para nada. Todos os dias pela manhã faço meu shot para auxiliar na imunidade. Controlo ainda mais a glicemia, pois a glicemia descontrolada é um fator que me prejudica ainda mais em relação ao covid-19”, conta. 
O servidor público Ovídio Ribeiro Filho, 61 anos, de Arapongas, é cardiopata e obeso, por isso afirma que está respeitando o isolamento social. Ele conta que costumava almoçar fora de casa todos os dias, mas devido à pandemia, procura ficam em casa e mantém o maior cuidado com a higiene pessoal. “Morro de medo de contrair o coronavírus e por isso tomo muito cuidado”, afirma. 
Ribeiro é natural de São Paulo, estado com maior número de casos da Covid-19. “Meu pai de 93 anos que mora em SP está temporariamente na casa da minha irmã que mora em Ponta Grossa, por causa da pandemia. Ele está isolado”, conta.