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Moradores do Vale encurtam caminho pelas águas

Ivan Maldonado

| Edição de 23 de setembro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O agropecuarista José Ribeiro da Silva é um dos muitos moradores da região que cortam caminho pelas águas. Entre Ariranha do Ivaí e Rio Branco do Ivaí, o translado da produção agropecuária, a travessia de veículos leves e pesados, é encurtada por mais de 130 quilômetros através da balsa sobre o Rio Ivaí na localidade de Porto Espanhol. A mesma estratégia é usada por moradores dos municípios de Godoy Moreira e Barbosa Ferraz  pela balsa sobre o Rio Corumbataí. 

Imagem ilustrativa da imagem Moradores do Vale encurtam caminho pelas águas

Ribeiro da Silva reside no município de Barbosa Ferraz e realiza frequentemente a travessia do Rio Corumbataí quando segua para Godoy Moreira ou cidades da região para negociar gado.  Pelo menos uma vez por mês, ele opta por cruzar o rio. “Se tivesse que percorrer o trecho pelo asfalto, rodaria uns 50 quilômetros ou mais, demorando em média uma hora. Assim, com a balsa, é muito mais rápido, além da economia. Outra vantagem, é que a travessia é de graça”, comenta. 
Entre os municípios de Rio Branco do Ivaí e Ariranha do Ivaí, por balsa a distância é de apenas 36 quilômetros, se o percurso for pela rodovia PR-466 aumenta para 175 quilômetros. O vendedor autônomo de enxovais Luiz Antônio Ferreira, mora em Ivaiporã e viaja pelo menos duas vezes por mês para a região de Rio Branco do Ivaí.
Ele diz que prefere a travessia pela balsa do Porto Espanhol, porque a distância mais curta, mesmo que sem asfalto, compensa o tempo e as despesas com combustível. “Ainda mais, no preço que está a gasolina hoje, compensa pagar a travessia que custa R$ 10”, enfatiza. 
O prefeito de Godoy Moreira, José Gonçalves (PSDB) relata que a implantação da balsa sobre o Rio Corumbataí aconteceu logo após emancipação do município, que ocorreu em 1990. “A gente sonha no futuro fazer uma ponte ali (Rio Corumbataí), mas, enquanto isso não acontece vamos de balsa mesmo”, assinala.
Gonçalves explica que a balsa é vistoriada pelo menos uma vez por ano pela Marinha. “Nesses 25 anos, nunca tivemos nenhum acidente. A gente tem muito cuidado. O pessoal da Marinha vem todos anos, as normas são bem redigidas e se tiver alguma melhoria que precisa ser feita, eles marcam e nós cumprimos à risca”, assinala Gonçalves. O custo da manutenção da balsa é dividido entres os municípios, os dois funcionários que trabalham no local também são cedidos pelas prefeituras. 

BALSA DO MAROLO
Entre os municípios de Jardim Alegre e Grandes Rios até 2014, a balsa do Marolo também no Rio Ivaí encurtava a distância das duas cidades em pelo menos 50 quilômetros. No entanto, o meio de transporte foi interditado pela Marinha e até agora não voltou a funcionar. 
Mauricio Inácio de Souza, morador no Bairro dos Pereiras em Jardim Alegre, não se conforma com a falta da balsa. Ele compra e vende gado na região. “Antes eu negociava bastante em Grandes Rios, mas sem a balsa ficou muito difícil”, completa Souza.