OPINIÃO

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Negligência em edifícios representa grande risco

Da Redação

| Edição de 23 de junho de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A tragédia no edifício Grenfell Tower, em Londres, chocou o mundo na semana passada. Um incêndio de grandes proporções provocou a morte de 79 pessoas. O prédio de 24 andares e 120 apartamentos foi completamente destruído pelas chamas. O horror trouxe à tona os problemas de segurança e de infraestrutura nos edifícios residenciais de Londres, mas também de todo mundo. No caso do Grenfell Tower, os alarmes de incêndio não funcionaram e as paredes do prédio eram revestidas com materiais inflamáveis. Os problemas foram informados às autoridades pelos moradores, mas nenhuma providência foi tomada. 

Em Apucarana, 72% prédios com mais de quatro andares também não respeitam as normas de segurança exigidas pelo Corpo de Bombeiros. Dos 63 edifícios, apenas 18 (28%) estão certificados em conformidade com as normas de segurança; 12 (20%) constam como reprovados e 33 (52%) apresentam pendências a serem regularizadas, ou seja, necessitam de adaptações.

As pendências mais comuns encontradas pelos vistoriadores nos edifícios, segundo o Corpo de Bombeiros, são a falta de sinalização de emergência ou iluminação de emergência insuficiente e a ausência de corrimão contínuo. A falta manutenção rotineira dos equipamentos de segurança também é um problema grave. No caso de necessidade de evacuação rápida dos moradores, as escadas de emergência e saídas de emergência são essenciais, por isso, é importante o piso antiderrapante, a largura da escada com dimensionamento correto para a quantidade de moradores do prédio e a manutenção das portas corta-fogo. 
Em 1974, o Brasil registrou um caso ainda mais grave do que o ocorrido em Londres. O Edifício Joelma, em São Paulo, pegou fogo após curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado. Ao todo, 191 pessoas morreram no prédio, que tinha 25 andares. 

Após o incêndio no Edifício Joelma, as exigências de segurança foram ampliadas nos prédios residenciais. 
No entanto, infelizmente, muitos desses edifícios não estão ainda em dia com as normas, apesar dos riscos existentes. 

É preciso mudar essa realidade enquanto há tempo. Os moradores dos prédios devem se conscientizar da necessidade de investir nessas melhorias. Isso é importante como forma de prevenção. Muitas pessoas reclamam desse gasto extra quando deveriam ser as primeiras a exigir tal investimento. O caso de Londres e também do Edifício Joelma estão aí para mostrar que a negligência pode custar a vida de dezenas de pessoas.