OPINIÃO

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O mundo está de luto

Por Célio Pezza, escritor em São Paulo

| Edição de 01 de dezembro de 2016 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Um acidente aéreo comoveu o mundo todo neste 28 de novembro. Um avião Avro RJ85, da empresa venezuelana LaMia Airlines, que opera a partir da Bolívia, caiu quando se aproximava do aeroporto internacional de Medelin na Colômbia. Nesse avião, estavam 72 passageiros e 9 tripulantes, num total de 81 pessoas. Até o momento, temos 75 mortos e 6 feridos.

O time de futebol Associação Chapecoense de Chapecó - SC, estava nesse voo, pois teria o primeiro jogo contra o Atlético Nacional da Colômbia para disputar o título da Copa Sul-Americana de futebol. Foi talvez a maior tragédia esportiva dos últimos anos. Em meio as especulações sobre os motivos da queda, temos o depoimento de uma sobrevivente, a atendente de voo Ximena Súares, relatando que a causa foi a falta de combustível do avião minutos antes do pouso.

Em seguida teve um pronunciamento do chefe da autoridade aérea da Colômbia, dizendo que foi uma falha elétrica. Já o Diretor da Agência Nacional de Aviação da Colômbia, Alfredo Bocanegra, comentou que uma das hipóteses é realmente a falta de combustível. Seja qual for a causa, o acidente e as mortes são irreversíveis, mas é importante uma investigação séria para que todos saibam da verdade sobre essa tragédia.

A LaMia era uma nova empresa não regular, que começou a voar em julho de 2015 com esse tipo de aeronave e só operava voos fretados. Essa companhia tinha somente dois aviões desse tipo, e um deles estava impedido de voar, por falta de condições. O piloto do avião era o dono da empresa. O avião que caiu era de fabricação inglesa, tinha 17 anos e foi entregue à empresa Mesaba, dos Estados Unidos, em 1999.

Passou depois para a Cityjet e LaMia da Venezuela, sendo entregue para a LaMia Bolivia em 2015. Alguns grandes jornais noticiaram que a queda do avião pode ter sido por falta de combustível, a chamada “Pane Seca”, baseados em depoimentos de vários especialistas. Uma informação interessante é que a distância entre os dois aeroportos é de 2.972 km, o que excede a capacidade média de voo desse aparelho, que é de 2.963 km, ou seja, esse avião não teria autonomia de voo com segurança, pois não tinha nenhuma reserva. Isso tudo deve ser analisado e esperamos uma decisão clara no final do inquérito, para evitar outros voos nas mesmas condições. O importante não é achar um culpado e sim identificar as causas para que nunca mais aconteça uma tragédia dessas pelo mesmo motivo.

Numa decisão louvável e unânime, a diretoria e os jogadores do Atlético Nacional, solicitaram à Conmebol que a Chapecoense seja considerada a campeã da Copa Sul-Americana, como um reconhecimento à sua grande perda e numa homenagem póstuma às vítimas desse acidente. Não há o que discutir: Chapecoense, a grande Campeã da Copa Sul-Americana de 2016!