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O poder da dança

Fernanda Neme

| Edição de 16 de julho de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022
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O comportamento da deficiente auditiva Ana Beatriz Lopes, de 6 anos, vem mudando para melhor desde que começou a frequentar aulas de balé. Ela é uma das 180 crianças e adolescentes inscritas na Escola Municipal de Dança de Apucarana, que vem influenciando e mudando o futuro desses apucaranenses. 

Apesar de ter começado há um mês a fazer dança, Ana Beatriz, segundo a mãe, a dona de casa Cristiane Lopez, 39, tem demonstrado melhoras significativas em sua vida social onde estuda, na Escola Municipal Professora Marta Pereira da Silva. “Ela anda mais alegre e comunicativa com os colegas de escola. Não teríamos condições de pagar aulas particulares de dança, gastamos muito com remédios e consultas com ela”, explica. A garota usa um aparelho, que possibilita 45% de audição.

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Alunas se apresentam na Apae: paixão pela dança | Foto: Sérgio Rodrigo



A Escola de Municipal de Dança é um projeto realizado pela Secretaria Municipal de Promoção Artística, Cultural e Turística de Apucarana (Promatur) e, recentemente, teve uma turma classificada para a etapa final da Mostra Paranaense de Dança.
Maria Fernanda de Oliveira Alves, 11, participou desta etapa final em Curitiba. A bailarina sonha com o futuro na dança. “Foi muito emocionante”, recorda.
Com 8 anos, a menina começou na escola municipal nas aulas de jazz, mas depois de poucos dias se identificou mais com o balé. “Sonho em ser bailarina e dar aula para crianças, que assim como eu, não teriam condições de pagar aulas particulares de dança”, afirma Maria Fernanda, filha de Juliana Faria de Oliveira, 39, e do vendedor Ademir Alves, 52.
Outra jovem influenciada pela dança é Anna Lima, 18, estudante de Artes Cênicas da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Ela conta que ingressou ano passado na faculdade inspirada nas aulas de dança que começou quando tinha 8 anos na Escola Municipal de Dança. “Sempre fui apaixonada pela arte e a dança me fez entrar mais a fundo neste mundo artístico”, revela.
Anna, que se formou no balé no ano passado, diz que viajou quatro vezes para espetáculos em Curitiba quando ainda era aluna e fez inúmeras apresentações. “Na faculdade, em algumas disciplinas, tenho aulas sobre postura, coordenação motora, expressão corporal, que são conhecidas para mim por causa da dança”, explica. 

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Ana Beatriz Lopes, 6, tem deficiência auditiva: dança sem preconceito | Foto: Sérgio Rodrigo


 

11 anos de história 


A Escola de Municipal de Dança completa 11 anos e conta hoje com duas professoras, Bruna Carolina e Tayla Josias, ex-alunas do projeto. Recentemente, a escola foi selecionada para participar da etapa final da Mostra Paranaense de Dança, no Teatro Guaíra, em Curitiba, com a coreografia estilo livre “Fuego”. Foram mais de 600 instituições inscritas em todo o Estado.
“Na seletiva regional havia 110 participantes, das quais foram selecionados apenas 27 grupos, dentre eles a Escola Municipal de Dança de Apucarana”, conta a professora Maria Agar Borba Ferreira, secretária municipal de Promoção Artística, Cultural e Turística de Apucarana. “É um orgulho para a gente que acompanha o trajeto e as histórias destas crianças e adolescentes”, acrescenta.
Os alunos da escola frequentam diariamente aulas realizadas em uma sala específica e projetada para a dança no Cine Teatro Fênix, durante uma ou uma hora e meia, dependendo do grau em que cada aluno está. As inscrições, segundo Maria Agar, acontecem sempre em janeiro e são gratuitas, assim como as aulas, os figurinos e todos os outros gastos necessários. “É a arte transformando pela arte”, reforça.
Segundo Maria Agar, as aulas podem ser frequentadas por pessoas de qualquer idade a partir de 4 anos. “A gente dá preferência para quem não tem condições de pagar aulas particulares. É tudo gratuito”, ressalta.

 

Projeto ‘Adolescer’ foca outras áreas

Além da Escola Municipal de Dança, a Secretaria Municipal de Promoção Artística, Cultural e Turística de Apucarana (Promatur) desenvolve o projeto Adolescer, que está no segundo ano. Essa iniciativa também começou com a dança, mas agora vem expandindo para outras modalidades, como aulas de redação, geogebra (geometria e álgebra) e desenho. Essas atividades são comandadas por professores voluntários diariamente na Biblioteca Municipal Monteiro Lobato, localizada na Praça 28 de Janeiro.
Segundo a secretária Maria Agar Borba Ferreira, o projeto irá beneficiar também bandas de garagem, orquestra juvenil, aulas de violino, flauta, saxofone, viola caipira, violão. “Estamos trabalhando para colocar tudo em andamento. Aguardamos também uma licitação para a compra de instrumentos e materiais. É tudo sempre voltado para quem precisa, ou seja, para crianças e jovens que os pais ganham até três salários mínimos”, reforça.
A secretaria conta que está lutando para que o projeto Adolescer vire lei e que se perpetue nos próximos mandatos.

 

Projeto leva aulas para 11 bairros da cidade

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Promatur leva aulas de dança para a periferia da cidade | Foto: Divulgação


A Secretaria Municipal de Promoção Artística, Cultural e Turística de Apucarana (Promatur) também tem um projeto que há três anos leva, gratuitamente, aulas de dança e ritmos à população de Apucarana. No total, são 11 bairros em que as aulas são desenvolvidas por professores capacitados e contratados pela prefeitura.
As aulas são abertas a mulheres e homens a partir dos 16 anos. Segundo a secretária Maria Agar Borba Ferreira, as inscrições podem ser realizadas nos locais onde as aulas são realizadas. Além disso, não há limite de vagas. No Jardim Formosa, as aulas acontecem às segundas e quartas-feiras, das 17 às 18 horas, na Escola Municipal João Antônio Braga Côrtes.
No distrito de Pirapó, os interessados devem ir ao centro comunitário às terças-feiras, das 18h30 às 19h30. Também às terças-feiras, das 17 às 18 horas, as atividades no Jardim das Flores são executadas na Escola Municipal Antonieta da Silva Lautenchlager. No Núcleo Adriano Correa, as ações acontecem às segundas e quartas-feiras, das 18h45 às 19h45, no salão paroquial.
No Parque Biguaçu, também no salão paroquial (Igreja São Francisco de Assis) às segundas-feiras, das 15 às 16 horas. No Núcleo Parigot de Souza, as aulas são aos sábados, das 8h30 às 9h30, na Escola Estadual Francisco Antônio de Souza. No Jardim Trabalhista, às quintas-feiras, das 17h30 às 18h30, na Escola Municipal Albino Biacchi.
No Jardim Ponta Grossa, as atividades acontecem de segunda a quinta-feira, das 17 às 18 horas e das 18 às 19 horas, no Centro da Juventude. No Jardim Menegazzo, às segundas e quartas-feiras, das 20 às 21 horas, no salão paroquial do bairro.
No Núcleo Castelo Branco, as aulas são às terças e quintas-feiras, das 20 às 21 horas, na Associação dos Funcionários Públicos de Apucarana (Afap), e no Núcleo João Paulo I, às sextas-feiras, das 19 às 20 horas, na associação de moradores.