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Perdas de água atingem 35% da produção

Cindy Santos

| Edição de 16 de junho de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Apucarana e Arapongas perdem, por dia, 19,3 milhões de litros da água potável nos sistemas de distribuição, o equivalente quase oito piscinas olímpicas cheias. Juntos, os dois municípios produzem diariamente 59,5 milhões de litros de água com perda de 35,4% do volume total. O levantamento da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) aponta que o Índice de Perdas na Distribuição é causado por vazamentos nas tubulações, erros de leitura de hidrômetros, roubos e fraudes. 
De acordo com o gerente regional da Sanepar, Luiz Carlos Jacovassi, Apucarana possui 900 quilômetros de rede de água tratada para atender a população. São 52,5 mil imóveis abastecidos com consumo diário de 30 milhões de litros. Da produção diária, 9,6 milhões de litros (32%) são desperdiçados, sendo que 40% representam perdas aparentes, principalmente devido ao desgaste dos hidrômetros e usos não autorizados e outros 60% são considerados perdas reais, devido a vazamentos, que compõem as perdas reais ou físicas.

Imagem ilustrativa da imagem Perdas de água atingem 35% da produção


O gerente regional explica que o Índice de Perdas na Distribuição não mede exclusivamente o desperdício de água, no sentido de água não utilizada, como ocorre nos vazamentos. O índice se refere à parcela de água que não foi apurada pelos hidrômetros, ou seja, inclui além dos vazamentos todas as formas de uso em que não ocorreu a medição pelo hidrômetro, seja pela submedição provocada pelo desgaste do equipamento e pelos usos não autorizados como ligações clandestinas e fraudes. “As perdas aparentes, são perdas para a companhia, mas foram utilizadas pela população. Além disso, muitas vezes também são contabilizados nas perdas alguns volumes, como o uso pelos bombeiros e fornecimentos com caminhão pipa“, diz.
Nos últimos seis anos, foram investidos o equivalente a R$ 10 milhões no sistema para o combate de perdas, em Apucarana. Segundo Jacovassi, foram substituídos aproximadamente 60 km de rede de ferro fundido por PVC. Também foram substituídos cavaletes de ferro por PVC, além da implantação do Centro de Controle Operacional (CCO) com 35 pontos de monitoramento de pressão e vazão na rede de distribuição do município. “Ele permite o monitoramento em tempo real da vazão inclusive no período noturno para identificar vazamentos”, comenta.
Também foram implantadas 140 válvulas redutoras de pressão (VRP) em virtude da topografia da cidade. De acordo com o gerente, a ferramenta é muito importante para controle da pressão, consequentemente reduzindo o volume de perda. “O parque de Hidrômetros em Apucarana hoje tem idade média de 4 anos e equipes de geofone trabalham periodicamente realizando varredura sobre as redes de distribuição em todo município na busca por vazamentos”, afirma.
Em Arapongas são fornecidos diariamente 29,5 milhões de litros de água, sendo que 9,7 milhões (33%) são perdidos. 

Região tem menos perdas
Na região do Vale do Ivaí, o índice de perdas na distribuição é mais baixo nos municípios menores, com variação média de 20% a 24%. Ivaiporã, por exemplo, tem 23% de perda, Jardim Alegre 21%, Lunardelli 22% e Califórnia 24%.
Segundo informações apuradas junto à Sanepar, cada município tem um índice de perdas diferente porque são muitas as variáveis que influenciam nas perdas de água. 
A perda por vazamentos é proporcional à pressão na rede. Em municípios com topografia mais irregular, por exemplo, o controle da pressão é mais difícil e existe a tendência de áreas com pressão elevada, o que aumenta os vazamentos. A idade da rede e tipo de material também variam e até o tipo de solo influencia. Na região noroeste do Paraná, por exemplo, os vazamentos afloram na superfície, o que facilita a identificação. Já em outras áreas, o vazamento infiltra, de forma a demorar mais tempo para ser identificado.