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Petrobras anuncia corte no preço do gás

Adriana Savicki

| Edição de 18 de janeiro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Após um ano marcado por sucessivos aumentos que fizeram o preço do gás de cozinha disparar, a Petrobras anunciou ontem que a partir de hoje (19), o preço do GLP será reduzido em 5% nas refinarias. A estatal estima que o valor médio de GLP residencial sem tributos comercializado nas refinarias será equivalente a R$ 23,16 por botijão. Para o consumidor final, entretanto, a queda pode não surtir muito efeito, segundo revendedores e o sindicato da categoria. Além da redução, a empresa anunciou uma nova política de reajustes, que se tornarão trimestrais (ver box).

Imagem ilustrativa da imagem Petrobras anuncia corte no preço do gás

Após chegar perto da casa do R$ 80, o preço do botijão de gás na região já tinha recuado antes do anúncio do aumento, por conta principalmente da concorrência do setor. Em Apucarana, por exemplo, ontem o botijão de 13 quilos vinha sendo comercializado entre R$ 63,90  (preço para retirada) e R$ 75 (preço de entrega domiciliar). Contudo, a maioria das revendas adota preços médios de R$ 65 e R$ 70. Em Arapongas, o botijão tem sido comercializado entre R$ 60 e R$ 65.
“Eu não tenho condições de baixar mais o preço, já estou vendendo meio que a preço de custo”, comenta o João Carlos Gabriel de Oliveira, proprietário de uma revenda em Apucarana. Segundo ele, desde a semana passada os preços vêm caindo por conta de um movimento normal de concorrência de mercado. “Um baixa, outro tem que baixar e como tem mercado que trabalha com gás a preço de custo para promover outras  vendas a gente tem que seguir”, comenta. 
A queda de preço anunciada pela estatal também não convenceu Rovilson Borbolato, que também comercializa gás em Apucarana. Segundo ele, com a redução de preços entre R$ 10 e R$ 15 por botijão registrada nas últimas semanas, é pouco provável que o valor recue mais. 
“O que acontece é que a Petrobras baixa, mas as distribuidoras não. Fica até ruim para gente, já que o consumir vê que abaixou o preço e não sente isso no bolso”, comenta.

PREÇOS
Para o consumidor final, o gás ficou 16% mais caro em 2017, segundo o IBGE, e foi um dos vilões do orçamento dos brasileiros no ano passado. Na região, entretanto, essa alta foi maior. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do botijão em Apucarana teve uma alta de  18,2% no ano. Em Arapongas, o reajuste foi ainda maior, de 21,9%, também segundo a ANP.
Aumento maior do que esse, só em 2002 (34%, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo). Naquele ano, assim com em 2017, a Petrobras inaugurou uma política de acompanhamento mais próximo das cotações internacionais dos combustíveis. (COM FOLHAPRES)

Revisão passa a ser trimestral
Além do novo reajuste, a Petrobras anunciou ontem que passará a reajustar o valor do gás de cozinha a cada três meses, em vez de todo mês, alterando a política de preços que vigorou entre junho e dezembro do ano passado.
De acordo com a Petrobras, a mudança visa "suavizar os repasses da volatilidade dos preços ocorridos no mercado internacional para o preço doméstico".
Agora, os reajustes serão feitos todo dia 5 do início de cada trimestre -o próximo, portanto, deverá ocorrer em 5 de abril. Além disso, o período de apuração das cotações e do câmbio que definirão o ajuste será a média dos doze meses anteriores ao período de vigência e não a variação mensal, como era feito anteriormente.
Para o Sindicato das Empresas de Atacado e Varejo de Gás Liquefeito de Petróleo (Sinegás), com sede em Maringá, a mudança é benéfica porque minimiza o impacto. “Mês a mês estava sendo muito complicado para o setor se acomodar”, avalia a presidente da entidade Sandra Ruiz. Entretanto, ela destaca que a mudança, bem como a queda, ocorre que em um momento propício para estatal. “A demanda no mercado internacional vai entrar em queda por conta do fim do inverno no hemisfério norte, logo a cotação também será influenciada”, avalia.