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Polícia elucida morte de caminhoneiro

Cindy Annielli

| Edição de 17 de janeiro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O caminhoneiro Sérgio Francisco de Abreu, 53 anos, cujo corpo foi encontrado carbonizado e novembro do ano passado em Apucarana no caminhão que dirigia, pode ter sido morto por causa de um seguro de vida de R$ 30 mil. A esposa dele, Cristiane Nascimento de Abreu,  André Alves de Mira - apontado como amante dela-, foram presos e confessaram o assassinato do motorista. A informação foi divulgada ontem pelo delegado José Aparecido Jacovós, chefe da 17ª Subdivisão Policial (SDP).

Imagem ilustrativa da imagem Polícia elucida morte de caminhoneiro

A vítima foi encontrada dentro de um caminhão, no Contorno Norte de Apucarana. Apesar da dificuldade de levantar a causa morte por conta do estado do corpo, os investigadores encontraram vários indicativos de crime no local. 
O primeiro passo da investigação foi pedir a quebra de sigilo das ligações do caminhoneiro, que trazia uma carga de embalagens de Curitiba para Londrina quando foi morto, e posteriormente de Cristiane.
Nas conversas interceptadas, a polícia descobriu que Cristiane entrou em contato com o caminhoneiro. O casal estava separado, porém, não judicialmente. Havia uma rota preestabelecida pela empresa em que Abreu trabalhava, mas ele mudou o percurso e seguiu para Arapongas, até a casa de Cristiane. 
Outro número com quem ela falava frequentemente chamou a atenção e a polícia decidiu investigar. "Era o André. Ao puxar os dados dele verificou-se que era ex-presidiário e que inclusive usava tornozeleira eletrônica", contou Jacovós.  
A partir da identificação do segundo suspeito, a polícia solicitou o mapa de rastreamento da tornozeleira e descobriu que o rapaz esteve em Apucarana exatamente no dia e local onde o caminhão incendiado foi encontrado.
"Obviamente a partir daí a polícia já tinha dedução do que teria acontecido e foi solicitada as prisões da mulher e do amante", disse o delegado. 
Jacovós informou, com base nos interrogatórios dos suspeitos, que Abreu foi morto com uma facada no pescoço em frente a casa da mulher, em Arapongas. Conforme o delegado, ela teria atraído o caminhoneiro  com a desculpa de que pretendia se reconciliar. Os dois eram casados há 20 anos e têm um filho de 18. 
"Entendemos que ela atraiu o marido até Arapongas, o amante o aguardava próximo ao caminhão e deu uma facada no pescoço. Eles seguiram para Apucarana e colocaram fogo no veículo. Depois foram até um hotel onde consumiram cerveja", relata.
De acordo com a investigação, a mulher teria procurado a empresa onde a vítima trabalhava para receber o pagamento. "Há ainda uma questão do seguro de vida de R$ 30 mil", acrescenta o delegado.

OUTRO LADO
Durante apresentação na 17ª SDP, Cristiane confessou que presenciou a morte do marido, porém, alegou que não planejou o crime. "Não foi premeditado. Eu não sabia que o André iria fazer isso", afirmou.
Segundo ela, o amante atacou Abreu no momento em que o motorista estava manobrando o caminhão para guardar o veículo. "Eu estava abrindo o portão e quando voltei já tinha acontecido e eu não tinha para onde correr mais. O André pegou o volante e levou até o Contorno Norte", diz. Ele também nega interesse no dinheiro do seguro de vida.