POLÍTICA

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Mendes diz que Moro “emparedou” o STF

Da Redação

| Edição de 21 de fevereiro de 2024 | Atualizado em 21 de fevereiro de 2024
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O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira que o ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro – hoje senador pelo União Brasil no Paraná – ‘descumpria decisões do STF durante a Operação. Segundo o ministro, Moro ‘usava a mídia para emparedar a Corte’.

“Ficamos reféns um pouco disso. O próprio ministro Teori Zavascki (que foi relator da Lava Jato no STF), em alguns momentos foi emparedado pelo próprio Sérgio Moro”, afirmou Gilmar, em entrevista ao portal Brazil Journal. “Na Turma do STF por onde tramitava o caso, se o ministro Teori não aderia, ficávamos vencidos eu e o (Dias) Toffoli, por exemplo.”

Para o ministro, o que mudou o cenário e a posição da Corte acerca da Operação Lava Jato foi a decisão de 2021 em que o STF declarou Moro suspeito ao condenar o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ação do tríplex do Guarujá.

Moro é acusado de abuso de poder econômico e caixa dois na campanha de 2022, quando se elegeu senador. O processo partiu de duas ações encabeçadas pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e pela Federação Brasil da Esperança, que reúne PCdoB, PV e PT.

A defesa do senador considera que a arrecadação de recursos e as despesas na pré-campanha não precisam ser submetidas às prestações de contas eleitorais. No início de dezembro, em depoimento ao TRE-PR, Moro disse que as alegações dos partidos devem ser “descartadas”. Seguiremos comprovando nas alegações finais que 98% daquilo que os partidos autores apresentaram deve ser descartado. E o que sobra não representa abuso nenhum. A eleição do senador Moro foi legal e legítima”, disse a defesa de Moro ao Estadão Conteúdo.

Na entrevista, Gilmar aponta ‘certa conexão’ entre grupo bolsonarista e Lava Jato

O ministro reconhece que, inicialmente, ele e os outros ministros tinham “palavras de apoio” à operação. A posição mudou com o desenrolar da Lava Jato.“Num determinado momento, os procuradores da Lava Jato saíram propondo reformas institucionais, entre elas acabar praticamente com o habeas corpus, com a possibilidade de obtenção de liminares em habeas corpus, coisa que nem o AI-5 conseguiu em plena ditadura”. (ESTADÃO CONTEÚDO)