Um despejo irregular de dejetos no Rio Caviúna está colocando em risco o abastecimento em Apucarana. Desde anteontem, a Sanepar interrompeu a captação no manancial e a cidade está sendo abastecida pelo Rio Pirapó, em caráter emergencial. A fonte da contaminação é uma granja de aves localizada no município de Arapongas.
A granja, que fica na região da Colônia Esperança, foi vistoriada na tarde de anteontem por fiscais do Instituto Água e Terra (IAT) acompanhados da Polícia Ambiental, técnicos da Sanepar e representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Apucarana. No local, além do forte mau cheiro, os fiscais também encontraram peixes mortos e água com coloração esverdeada.
Segundo o IAT informou à reportagem, através de nota, a granja concluiu recentemente a modernização do seu processo e não realizou a limpeza adequada do solo onde existia uma granja antiga no entorno. Com as últimas chuvas, os dejetos dos animais foram carregados até o rio.
Amostras da água foram coletadas para analisar o grau de contaminação e o IAT notificou a empresa para fazer a limpeza total da área. Após o resultado dos laudos, o instituto vai quantificar o impacto dos danos ambientais para que sejam aplicadas as sanções administrativas.
Conforme o subtenente Rogério Prado, da Polícia Ambiental, o gerente da granja foi levado para a delegacia. “Na esfera criminal a Polícia Civil vai dar continuidade ao processo. A empresa terá que delimitar a área de recuperação, pois tem muito dejetos ao redor da granja. Se der outra chuva, vai para o rio novamente”, explica.
Segundo a Sanepar, não há previsão para retomada de captação da água do Rio Caviúna, que é responsável por 70% do abastecimento de Apucarana. A empresa destaca, através de nota, que não descarta adoção de medidas restritivas no sistema de distribuição caso a situação persista. O rio Pirapó é manancial secundário e tem uma capacidade limitada de vazão. Por conta disso, “a Sanepar solicita à população que evite desperdícios, até que seja possível restabelecer a captação normal no Rio Caviúna”, afirma a nota.
A reportagem entrou em contato telefônico com a granja responsável pela destinação irregular de dejetos, mas a gerência não retornou as ligações. (COLABOROU SILVIA VILARINHO)