OPINIÃO

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População desconhece serviços de emergência

Da redação

| Edição de 17 de janeiro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A Autarquia Municipal de Saúde (AMS) de Apucarana tem um setor específico para o transporte de pacientes com dificuldade de locomoção. São cinco veículos que atendem cerca de 200 pessoas por dia em trajetos dentro do próprio município e também em cidades vizinhas em relação da oferta de tratamento especializado em outros centros.
Nesta semana, a autarquia divulgou um alerta a respeito do grande volume de chamados de pacientes que não se enquadram no serviço. Há relatos que poderiam ser enquadrados na qualidade de trote. Um dos casos atendidos foi de uma pessoa que teve uma unha arrancada e ligou pedindo uma ambulância. Outra situação muito comum, segundo a AMS, é chamar o serviço em decorrência de uma dor no abdômen e cólica.
A ambulância é um veículo projetado para atendimento de pacientes que têm demandas específicas e que não podem fazer uso de um automóvel comum. São usadas, portanto, para transporte de pessoas que fazem uso de cadeira de rodas, que estão com mobilidade bastante reduzida ou que precisam ser transportadas em macas.
Acionar o serviço sem necessidade é reflexo da falta de cultura da população a respeito dos serviços de saúde.
Outros setores enfrentam o mesmo tipo de problema, notadamente a área de urgência e emergência. Em Apucarana, estima-se que nove em cada 10 pacientes que dão entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) não se enquadram em casos de urgência e emergência que são o público alvo da estrutura. O levantamento foi feito no ano passado pela própria AMS.
Ou seja, a maioria dos casos poderia ser melhor resolvida em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Apucarana, vale lembrar,  é mantém uma UBS em funcionamento na área central inclusive aos sábados, domingos e feriados, quando o resto da rede não atende, exatamente para prestar um melhor atendimento à população.
Por conta da inadequação de pacientes, a UPA funciona constantemente acima de sua capacidade. O mesmo problema ocorre com o setor de ambulâncias. Acionados sem necessidade, os veículos acabam sendo desviados de suas funções principais, prejudicando o atendimento a quem precisa. Isso ocorre tanto por desconhecimento a respeito da função de cada serviço como por uma dose de preconceito descabido a respeito da rede de atenção primária. Na verdade, é o fortalecimento desta rede o principal diferencial de uma saúde pública de qualidade.