OPINIÃO

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Precisamos, urgentemente de uma cultura de paz

Da redação

| Edição de 17 de março de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O Vale do Ivaí registrou, em 2018, o primeiro bimestre menos violento dos últimos sete anos em relação aos chamados crimes contra a vida. Nos vinte e seis municípios da área da 17ª Subdivisão Policial (SDP) foram registrados três homicídios e um latrocínio, totalizando quatro vítimas, metade do registrado no mesmo período do ano passado.

A redução dos crimes contra a vida no bimestre reforça uma tendência que vem se consolidando nos últimos anos na região.
Entre 2016 e 2017, houve uma redução de 11% no número de homicídios na região. O ano passado também foi menos violento que o anterior. Entre homicídios, latrocínios e lesões corporais, 44 pessoas perderam a vida na região em 2017. O número de assassinatos foi 14% menor que o registrado em 2016, quando a região totalizou 51 mortes violentas.
Maior município da região e sede da SDP, os índices de Apucarana ajudam a puxar as taxas para baixo. No ano passado foram 14 assassinatos. O número de vítimas é 39% menor do que em 2016, quando foram registradas 23 mortes. O município não registra mortes do gênero há cinco meses.
Os números locais seguem uma tendência também registrada no estado. Em 2017, o número caiu 12% em todo o Paraná quando comparado com o ano anterior. Ainda assim, foram registradas 2.184 mortes no ano passado.
Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária, os números de 2017 são os menores desde 2007, quando começaram a ser elaborados os relatórios estatísticos. 
A notícia da redução dos índices deve ser comemorada particularmente no período em que vive o Brasil nesta semana, quando o assassinato da vereadora e ativista social Marielle Franco (PSOL) - executada junto com o motorista Anderson Gomes no retorno de um evento -, vem reverberando em tons de indignação, crítica, cobrança por Justiça e, tristemente, até de deboche.
A violência brasileira vem batendo recordes. Em 2016, de acordo com o Anuário Brasileiro da Segurança Pública, que ainda não divulgou os números referentes ao ano passado, o Brasil registrou 61,6 mil mortes violentas em latrocínios, homicídios e lesões seguidas de morte. Foi o maior patamar de violência da história do país.  O Rio de Janeiro, neste ano, foi o estado com maior número de vítimas 6,2 mil.
Viver em paz é tão vital para uma sociedade que a Declaração Universal dos Direitos Humanos elenca o direito à segurança pessoal no artigo terceiro, ao lado dos direitos à vida e à liberdade. Precisamos, urgentemente, de uma cultura de paz.