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Quanto vale uma boa noite de sono?

Fernanda Neme

| Edição de 21 de maio de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Só quem sofre com a insônia sabe o quanto é difícil, e até mesmo desesperador, ver a madrugada passar e o sono não aparecer. E esse é um problema que atinge cada vez mais brasileiros. Pesquisas do Instituto do Sono apontam que 63% da população têm algum problema relacionado ao sono, sejam eles distúrbios como insônia, ronco e apneia (parada respiratória durante o repouso), que interferem no descanso e prejudicam o bem-estar físico e cognitivo do indivíduo.
Há 5 anos, a nutricionista Ariane Bacarin de Melo, 32, faz tratamento para depressão, doença que surgiu associada à insônia crônica que ela enfrenta. A apucaranense usa medicamentos para dormir, mas mesmo assim, segundo ela, há noites que são difíceis. “Quando deito para dormir vêm mil coisas na cabeça. Fico imaginando como foi o dia e também penso como será o próximo dia. Os pensamentos não param”, expli

Imagem ilustrativa da imagem Quanto vale uma boa noite de sono?

ca.

Ariane conta que quando toma os medicamentos para dormir, que fazem efeito em meia hora, ela consegue ter um sono pesado que, no entanto, dura em torno de três horas. Após esse período, ela dorme e acorda, sem ter o sono contínuo e necessário de 7 a 8 horas por noite. “O médico trata como ansiedade e diz para diminuir as doses para que eu volte a dormir. Porém, já tentei, mas não consegui. Me dá desespero não dormir. Sou muito acelerada”.
Após as noites mal dormidas, Ariane conta que fica muito cansada e acaba tendo crises de tristeza. “No outro dia fico muito cansada, o dia não rende e tenho muita dor de cabeça. Para me acalmar, uso um remédio sublingual para agir mais rápido e me ajudar a dormir”, comenta.
Segundo o neurologista Clay Brites, de Arapongas, o sono é fundamental para devida regulação dos demais sistemas e órgãos do corpo.
“O sono serve como um restaurador da vitalidade cerebral, equilibra os hormônios, ajuda no controle do comportamento e permite com realmente possamos descansar e reativar nossas energias para o dia seguinte”, comenta.

HIGIENE DO SONO
Para dormir melhor, o neurologista afirma que algumas medidas podem ajudar quem tem dificuldade para pegar no sono. Para começar, é preciso silêncio, escuridão completa e colchão confortável. Também é preciso evitar algumas práticas, como TV ou sons ligados no quarto, crianças dormindo na cama dos pais, além de restringir a ingestão de bebidas e alimentos estimulantes. “Dormir com a TV mantém seu cérebro ativo e dificulta o relaxamento”.
Apesar do adulto ter que dormir de 7 a 8 horas por noite, o médico diz que em algumas pessoas, a qualidade do sono supera a quantidade de sono como parâmetro para um bom sono. “Os idosos muitas vezes dormem pouco, mas bem”.
De acordo com Clay, a falta de sono pode levar à exaustão e estresse, problemas comportamentais, baixo rendimento na escola e no trabalho, piora de crises convulsivas em pessoas com epilepsia, descontrole de doenças como o diabetes e a hipertensão e desencadeamento de acidentes. “Tome medidas de higiene do sono, tome medicamentos indicados pelo e procure ambientes com espaços adequados para repousar”.