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Quatorze presos fogem da cadeia de Ivaiporã

IVAN MALDONADO IVAIPORÃ

| Edição de 07 de março de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Quatorze presos fugiram, na madrugada de ontem, da Cadeia Pública de Ivaiporã. Os detentos fugiram por um túnel escavado de uma das celas com saída em frente à delegacia. O número só não é maior porque o investigador de plantão e agentes de cadeia perceberam a movimentação. Na tarde de ontem, onze detentos permaneciam foragidos. 

Logo após a fuga, que ocorreu por volta das 4 horas,  a PM também localizou e prendeu nas ruas da cidade, três fugitivos.  Quatro presos que estavam no túnel e foram flagrados pelos agentes de cadeia desistiram da fuga.
O número exato de fugitivos foi confirmado  após agentes da Seção de Operações Especiais (SOE) de Londrina promoverem a recontagem de presos e a varredura na cadeia.
A ação da SOE iniciou por volta das 16 horas. Além da recontagem dos internos foi realizado o serviço de concretagem do túnel e revista de objetos ilícitos. Foram localizados diversos aparelhos celulares, estoques, e ferramentas artesanais para escavação de túneis. 
Conforme o delegado Aldair da Silva Oliveira, os detentos cavaram um túnel de aproximadamente 18 metros de comprimento. “É mais uma fuga das muitas que já ocorreram aqui. Desta vez eles escavaram um túnel cruzando todo o perímetro da delegacia e saíram ao lado da porta de entrada”, comenta. Ele relatou ainda que a polícia civil e militar continua trabalhando para recapturar os foragidos. 
A Cadeia de Ivaiporã tem capacidade para 32 presos e na hora da fuga estava com mais de 170. A estimativa é que 40% deles sejam presos condenados. “É mais do que o quíntuplo da capacidade da cadeia. Vamos iniciar as tratativas para conseguir a remoção de presos, a prioridade é a transferência dos presos condenados”, disse Oliveira. 
O presidente do Conseg, Celso Gomes esteve na 54ª DRP, e acompanhou toda a movimentação. “O conselho vê isso aí com muita tristeza. Estamos no mês de março já tivemos duas tentativas e agora essa fuga”, lamentou Gomes.
Ele lembra que para melhorar a segurança e dar melhores condições de vida aos detentos, em 2016 o Conseg se mobilizou e garantiu recursos para executar reformas na infraestrutura na carceragem. 
De acordo com Gomes, a reforma só não aconteceu por falta de transferência dos presos condenados. “Não é possível realizar a reforma com esse excesso de presos. No ano passado fomos a Curitiba, reivindicamos a transferência, mas só 13 foram transferidos. Estamos aguardando as autoridades resolverem esse problema de excesso de presos que já vem se arrastando há mais 10 anos”. 
Dentre as obras projetadas pelo Conseg, seria executada a troca do piso da carceragem por concreto usinado reforçado com chapas de aço galvanizado, pinturas das paredes, melhorias da instalação elétrica e hidráulica. “O que acontece aqui é um risco para os funcionários da delegacia, para a população e também para os moradores que residem nos arredores da delegacia”, reforça.