O rompimento do governo cubano com o Programa Mais Médicos, em função de exigências anunciadas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), continua repercutindo em todo o País. A dificuldade de reposição de profissionais na atenção básica de saúde pode gerar um colapso no atendimento de pacientes, considerando que 8,3 mil médicos cubanos estão de saída, conforme avaliam lideranças municipalistas. Durante o feriadão o prefeito de Apucarana, médico Beto Preto (PSD), que responde pela vice-presidência de Saúde Pública na Frente Nacional de Prefeitos (FNP), foi procurado por vários órgãos de imprensa da mídia nacional. No feriado, ele concedeu entrevistas ao vivo à Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, e à rede de Rádios Band. E, ontem, ao lado do presidente da FNP e prefeito de Campinas-SP, Jonas Donizetti (PSB), Beto Preto subscreveu artigo requisitado para o jornal Folha de S. Paulo, abordando a saída dos médicos cubanos e suas consequências.
Preocupação Conforme Beto Preto, em resposta aos questionamentos de jornalistas paulistas, gaúchos, cariocas e paranaenses, “o Mais Médicos se mostrou relevante para a atenção primária da população, sobretudo na qualidade de vida de milhões de brasileiros de todos os cantos do país”. Segundo ele, o fim da cooperação entre a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o governo de Cuba é extremamente preocupante.
Respeito Beto Preto fez questão de assinalar que o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro tem legitimidade para rever programas e ações em execução. Porém, conforme avalia ele e demais prefeitos de capitais e de médias e grandes cidades ligadas à FNP, “é preciso cautela, pois políticas públicas são construídas com muito esforço, demandam ações coordenadas e levam tempo para ser elaboradas, testadas, avaliadas e efetivadas. E foi assim com o Mais Médicos”, comentou.
Diretórios do MDB Reunida nesta semana em Brasília, a cúpula nacional do MDB decidiu prorrogar os mandatos dos diretórios nacional, estaduais e municipais. A decisão foi unânime e, pelo acordo, o mandato do diretório nacional foi prorrogado por 180 dias a contar a partir da data do seu vencimento, ficando, desde já, agendada para o dia 4 de setembro do ano que vem.
Estaduais Em relação aos diretórios estaduais que estão com mandatos provisórios e/ou prorrogados, o prazo máximo da realização das convenções será de 150 dias contados a partir do vencimento dos mandatos atuais ou a contar de 1º de janeiro de 2019, caso o vencimento seja posterior a esta data. No Paraná, o mandato do atual diretório estadual, dirigido pelo senador Roberto Requião, terminou no dia 1º de novembro.
No cargo Com a prorrogação do prazo para realização das convenções, o senador Roberto Requião, que não se reelegeu no pleito de outubro deste ano, terá mais 150 dias para ficar na presidência do diretório estadual do MDB. Apesar de sofrer forte pressão de alguns setores do partido, ele ainda tem força política suficiente para vencer uma eventual disputa na convenção, segundo analistas.
PSL ignorado O PSL, partido de Jair Bolsonaro, está inquieto: parlamentares do partido esperavam um tratamento melhor do presidente, que até agora ignorou a legenda na composição de seu futuro ministério. A questão divide a agremiação. Alguns deputados dizem que o descontentamento é localizado e que não é necessário contemplar o grupo com cargos.
Prestigiado O partido DEM, que apoiou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB-SP) nas eleições para a Presidência da República, já foi indicado para duas pastas no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. Com 52 deputados federais eleitos, o PSL terá a segunda maior bancada na próxima legislatura. Muitos parlamentares esperavam prestígio maior ao partido.
Prazo final Os candidatos e partidos que disputaram o segundo turno das eleições, realizado em 28 de outubro, têm até hoje, às 19h, para apresentar a prestação de contas. Devem ser discriminados todos os recursos arrecadados e despesas de campanha dos dois turnos, incluindo órgãos partidários que efetuaram doações ou tiveram gastos com as candidaturas. No segundo turno participaram os dois candidatos à Presidência da República e seus vices, mais 28 candidatos a governador e seus vices em 13 estados e no Distrito Federal.
Vapt Vupt
Alguns prefeitos da região estarão indo a Brasília na próxima semana para contatos com parlamentares.
Prefeitos querem garantir emendas no orçamento da União em 2019 para obras e projetos.
Com a troca de governo em janeiro, prefeitos temem a possibilidade de cortes de recursos no ano que vem.
O presidente eleito Jair Bolsonaro já antecipou que medidas amargas deverão ser adotadas a partir de janeiro.