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Referência em agricultura orgânica

Ivan Maldonado

| Edição de 17 de junho de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Às margens da rodovia PR-082, no município de Lunardelli, fica localizada a Fazenda Urutaguá. Mais conhecida por abrigar a Mata Suíça – uma das mais antigas e conhecidas RPPNs da região, a fazenda virou referência em agricultura orgânica. Com 86 hectares da propriedade destinados à produção de mandioca, café, palmito e outros produtos sem agrotóxicos, o próximo passo é integrar a produção grãos ao sistema.

Imagem ilustrativa da imagem Referência em agricultura orgânica


A fazenda tem uma área total de mais de 1,1 mil hectares – dos quais mais de 800 hectares são área de RPPN e reserva legal. A ampliação do sistema de produção orgânico, para os próximos anos, deve agregar 154 hectares, atualmente utilizados para produção de soja, milho e trigo no modelo convencional.
Conforme o administrador da fazenda, Renato Silva Alvarenga, a agricultura orgânica cresce no mundo todo. Nesse caminho, o proprietário da fazenda, o suíço Arthur Johannes Baungarther resolveu também cultivar grãos sem usar agrotóxicos. “Estamos procurando diversificar mais. Agora, por exemplo, estamos fazendo a primeira experiência na área convencional com o plantio de 10 hectares de trigo. Mas, a tendência é na área que plantamos soja, trigo e milho trabalharmos só com grãos orgânicos nos próximos anos”, destaca. 
Para Alvarenga o trabalho na fazenda é baseado em uma produção sustentável ambientalmente, economicamente viável e socialmente justa. “O projeto do ‘seo’ Arthur busca incentivar a conservação da biodiversidade e a proteção do clima e tem sob o foco a responsabilidade social”, relata. Segundo o administrador, atualmente trabalham na fazenda com carteira assinada 16 funcionários, dessas 12 com as famílias na propriedade. Outros 10 são contratados para trabalhos esporádicos como a colheita do café e outras tarefas. 
“É raro ver hoje uma propriedade rural com tanta gente. Geralmente um estabelecimento no porte da Urutaguá trabalha com dois funcionários. Para mim, que estou há 14 anos trabalhando aqui é uma satisfação muito grande, tanto pela função da biodiversidade como pelo padrão de vida que é muito bom”. 
A fruticultura é outro projeto que também está sendo implantado na propriedade. “Já temos açaí, também plantamos abacate e manga. Agora estamos pensando em montar uma mini-indústria que será tocada pelas esposas dos funcionários para produzir polpa, principalmente do açaí que já está produzindo”.
Uma das principais dificuldades enfrentadas pela fazenda - alvo de caça de animais silvestres e  furto de palmito - vem sendo enfrentada com ações de conscientização. “Com o tempo fomos reforçando a segurança e hoje diminuiu bastante esse problema. Também fizemos um trabalho de conscientização na cidade, através de cartazes, mostrando a importância da mata, e agora temos também toda a população da cidade que nos ajuda a cuidar. Qualquer coisa suspeita, eles estão nos informando ou ligando para a polícia”, destaca.