OPINIÃO

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Reflexos da polarização podem perdurar no país

Da Redação

| Edição de 09 de outubro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Um Brasil extremamente polarizado saiu das urnas na eleição do último domingo. Com o resultado, que levou Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) para o segundo turno, o Brasil voltará às urnas no dia 29 completamente dividido.  

Essa polarização não é novidade. Antes, PT xe PSDB rivalizavam. Os dois partidos disputaram as últimas seis eleições presidenciais, com duas vitórias dos tucanos e quatro dos petistas. 
Na prática, houve nesta eleição uma “troca da guarda” do bastião antipetista. Saiu o PSDB e entrou o PSL, na figura de Jair Bolsonaro, que está liderando essa cruzada contra uma eventual volta do Partido dos Trabalhadores ao poder.  
O que mudou é o avanço da ultradireita, que nestas eleições vem se mostrando muito mais articulada e ativa. 
O voto conservador está concentrado em Jair Bolsonaro, que alcançou 46,03% do eleitorado no primeiro turno, contra 29,22%% obtidos por Fernando Haddad. A direita brasileira está com o PSL, enquanto a esquerda, em frangalhos, tenta se reunificar no segundo turno com o PT. 
A eleição para o Congresso mostra essa mudança na polarização, com a redistribuição de cadeiras. A Câmara dos Deputados será composta por 513 deputados federais de 30 partidos diferentes. PT e PSL elegeram o maior número de representantes. A bancada do PT terá 56 deputados e a do PSL, 52. São os dois partidos com mais deputados federais eleitos. Em seguida com mais cadeiras na Casa aparecem PP (37), MDB (34) e PSD (34). O PSDB perdeu 25 cadeiras. O partido elegeu 29 parlamentares contra 54 na disputa de 2014 e será apenas a oitava bancada. 
O segundo turno já começou, principalmente nas redes sociais. A internet, a propósito, foi um dos principais canais de debate entre eleitores e candidatos. No entanto, nem sempre de forma democrática. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) falhou no combate às fake news (notícias falsas) e a rede de mentiras progrediu durante toda a campanha. 
A expectativa é de que o segundo turno tenha mais debates de propostas entre os dois candidatos. O clima de ódio não pode persistir, embora esse desejo, pelo que se viu nos últimos dias, parece mais um sonho distante. Essa mudança de postura deve partir dos candidatos, embora as primeiras manifestações tenham sido em sentido contrário. O Brasil precisa de um presidente de conciliação, caso contrário, veremos as consequências dessa polarização pelos próximos quatro anos. Os dois candidatos precisam rever suas estratégias e pensar mais em unir o país.