OPINIÃO

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Reforçar a segurança nos Correios é fundamental

Da redação

| Edição de 24 de novembro de 2017 | Atualizado em 25 de novembro de 2017

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Os assaltos a agências dos Correios viraram uma rotina na região. Anteontem, quatro homens fortemente armados invadiram a agência de Godoy Moreira – aproveitaram e passaram na casa lotérica na mesma quadra – não hesitaram em atirar para o alto com escopetas para intimidar as forças policiais, fugindo com dois reféns e uma quantidade não informada de dinheiro do caixa dos dois estabelecimentos.

Em menos de uma semana, foram registrados cinco roubos na região. As ações também registradas em agências dos Correios em Borrazópolis, Mauá da Serra, Manoel Ribas e São Pedro do Ivaí, não foram tão violentas, mas engrossam uma estatística que só vem crescendo nos últimos anos.
Com a redução da rede bancária, os novos alvos da criminalidade são os Correios e as casas lotéricas. Neste ano, segundo levantamento da Tribuna, pelo menos 22 assaltos foram registrados em Correios de 11 municípios da região. Em vários deles, mais de uma vez. Só a agência de Cambira foi alvo de seis roubos neste ano.
A falta de segurança nas agências vem sendo alvo de uma queda de braço entre o sindicato dos trabalhadores da categoria e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT). Segundo o sindicato da categoria, a violência está se tornando uma das maiores causas de afastamento de funcionários, que saem para tratar de feridas tantos físicas quanto emocionais decorrentes da ação dos bandidos.
A briga vem correndo em várias esferas judiciais com processo em trâmite tanto na Justiça do Trabalho e Justiça Federal e tenta obrigar a empresa a implantar segurança armada e outras medidas de segurança nas agências dos Correios, notadamente as que mantém bancos postais – 412 em todo estado. 
Recentemente, com a alegação de que os custos são incompatíveis com a situação financeira da empresa, que vive um crise sem precedentes em mais de 300 anos de história, a EBCT ameaçou encerrar todas as atividades dos bancos postais no país. A medida afetaria diretamente centenas de municípios no país que não contam com rede bancária e cuja população depende dos serviços do banco postal. Posteriormente, a empresa voltou atrás e manteve a atividade.
A situação é de fato insustentável. De um lado está em jogo a saúde e insegurança não apenas dos trabalhadores dos Correios, mas da população,  e de outro a necessidade e a importância do serviço prestado. Segurança não é custo operacional, nem investimento, é direito e necessidade tanto do trabalhador quanto da população.