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Região vai colher safra de trigo 8% maior

Da Redação

| Edição de 04 de setembro de 2016 | Atualizado em 02 de dezembro de 2016

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O Paraná está encerrando a safra 2015/16 com expectativa de produção de 35,6 milhões de toneladas de grãos, cerca de 6% inferior à do ano passado (2014/15), quando alcançou 38 milhões de toneladas e teve clima com menos adversidades. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, que divulgou o levantamento, o resultado final só será conhecido após a colheita de trigo, que vai até novembro, e o desempenho da safra ainda está sujeito às alterações do clima. Na região, os núcleos da Seab de Apucarana e Ivaiporã estimam colher 563.629 mil toneladas de trigo. Apesar de uma área de plantio tem reduzido cerca de 10%, a produção cresceu 8,1% em relação à safra anterior por conta do aumento da produtividade da cultura, que não sofreu com problemas climáticos como as outras culturas.

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As duas últimas grandes lavouras do ciclo anual de grãos que estão em campo são o milho da segunda safra e o trigo. Mas os indicativos já apontam uma consolidação da projeção que está sendo feita, diz o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni.

Ele explica que o Paraná teve safra menor neste ano em decorrência do clima, com um dos invernos mais rigorosos dos últimos 20 anos, que reduziu a produtividade das lavouras. Além de sucessivas geadas, o Paraná enfrentou excesso de chuvas no verão do ano passado e seca na sequência.

A expectativa agora é que a comercialização da produção da segunda safra de milho e dos cereais de inverno, liderada pelo trigo, corresponda aos anseios dos produtores e que os preços hoje praticados não sofram queda abrupta devido a uma melhor oferta sazonal, considerando que a produção brasileira atende apenas 40% das necessidades de consumo..

A expectativa para a colheita de trigo é de uma safra cheia, que pode atingir um volume de 3,3 milhões de toneladas, quase igual à anterior, que chegou a 3,28 milhões de toneladas. Porém, nesta safra houve um recuo de 20% na área plantada.

Este ano, o Paraná plantou um total de 1,08 milhão de hectares. E no ano passado, a área ocupada alcançou 1,35 milhão de hectares. A produtividade, maior, que poderá ser alcançada este ano, vai compensar a perda de área, como explicou o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho.

Na região, os núcleos da Seab de Apucarana e Ivaiporã tem uma área de plantio de neste ano de mais de 191 mil hectares. Apesar da queda da área, a produtividade compensou a redução com uma média de 2.950 quilos por hectare. “Apesar dos sustos com o clima no início do ciclo, como seca, seguido de chuvas e de geadas, eles não afetaram o trigo que ainda estava em estágio de desenvolvimento”, disse o técnico.

Cerca de 80% das lavouras ainda estão em fase suscetível à geada e ainda há previsões de geadas tardias que podem atingir a região Sul do Estado, justamente onde se concentram as lavouras de trigo em fase de risco.

Outra preocupação – continuou Godinho – é com a possibilidade de ocorrência de chuvas na colheita, que prejudicam a qualidade dos grãos e também podem impor perdas severas às lavouras.

Atualmente o trigo está sendo vendido, pelo produtor, por cerca de R$ 40,00 a saca com 60 quilos, ligeiramente acima do preço mínimo do governo federal, que é de R$ 38,65 a saca. Segundo Godinho, a tendência é de queda nos preços do grão, à medida que se intensifica a colheita e aumenta a oferta.

Além disso, esse cenário pode se agravar com a entrada de trigo da Argentina e dos Estados Unidos, que pode baixar ainda mais o preço pago ao produtor.