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Remédios lideram em intoxicações infantil

Vanuza Borges

| Edição de 15 de outubro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Um dito popular já diz há tempos que a diferença entre o veneno e o remédio, é a dose. Quando o assunto é intoxicação infantil, não é apenas um ditado, mas um alerta. De 2015 a 11 de outubro de 2017, a 16ª Regional de Saúde (RS), de Apucarana, registrou 259 casos de intoxicação infantil, destes, 116 foram causados por uso de medicamento inadequado, o que corresponde a 44,78% das notificações. Neste mês, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) lançou a Campanha de Prevenção ao Envenenamento Infantil, que visa alertar os pais, responsáveis e cuidadores de crianças sobre os perigos do envenenamento infantil.

Imagem ilustrativa da imagem Remédios lideram em intoxicações infantil


Segundo a Sesa, num período de 10 anos, foram notificados 11.051 casos de intoxicação causadas por agentes externos em crianças de 0 a 12 anos no Paraná. Aproximadamente 8,5 mil desses (77%) correspondem às intoxicações de crianças até 4 anos de idade. Somente neste ano na área de abrangência da Regional de Saúde, que integra 16 municípios, dos 68 casos registrados até a última quarta-feira, 54% eram de crianças com até 4 anos, correspondendo a 37 vítimas.
No ano passado, dos 96 casos, 59 ocorreram com crianças entre 0 a 4 anos representando 61% das notificações. No ano anterior, 2015, quando houve 95 registros, 67 também correspondem a essa faixa etária. O que chama a atenção é que as crianças são vítimas de intoxicação principalmente entre 1 a 4 anos de idade.
De acordo com a bióloga da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações, Juliana Cequinel, as crianças têm características que as tornam muito mais vulneráveis aos acidentes. “Crianças até 4 anos são muito curiosas e têm o hábito de levar objetos estranhos à boca, aumentando os riscos de envenenamento acidental por ingestão. A tendência a imitar comportamentos e a incapacidade de prever e evitar situações de perigo também são características que propiciam a intoxicação”, diz.
A farmacêutica Patrícia Flores, da 16ª Regional de Saúde, complementa que outro motivo que leva à intoxicação por medicamento é a semelhança com guloseimas. “Os medicamentos, em especial das crianças, para facilitar a ingestão, são adocicados. Com isso, a criança acaba associado a uma guloseima. Por isso, é importante manter os medicamentos longe do alcance delas”, orienta.
Outro alerta é quanto a dosagem. “Além de não deixar o medicamento à mostra, a administração deve ser feita com muito cuidado, para dar uma dose maior, o que também é muito comum”, alerta.
Em casos de intoxicação, a farmacêutica alerta, em qualquer situação, levar a criança imediatamente ao médico. “Não é recomendado induzir o vômito, o melhor a fazer é levar até a unidade de atendimento mais próxima. De preferência, o responsável deve levar a caixinha do medicamento, para identificar o remédio dado”, orienta.