OPINIÃO

min de leitura - #

Responsabilidade na gestão dos municípios

Da Redação

| Edição de 09 de janeiro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

Muitos prefeitos da região não fizeram o dever de casa e finalizaram seus mandatos com salários atrasados e dívidas. A conta ficou para os sucessores, que agora anunciam que vão declarar moratória por 90 dias para tentar sanear as finanças. O problema está acontecendo em Cambira, Bom Sucesso e Rosário do Ivaí. Outros municípios também podem adotar a mesma medida. 

Além das dívidas com o funcionalismo, muitos prefeitos herdaram a administração com o parque de máquinas sucateado. Não há condições de utilizar o maquinário. Faltam pneus e também combustível para realizar alguns serviços de infraestrutura básicos. 

A situação mostra completo desleixo desses administradores e também o descumprimento com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que proíbe os prefeitos de deixarem dívidas para os próximos administradores. 

A situação de alguns municípios do Vale do Ivaí e de todo Paraná serve de exemplo para os administradores que iniciaram seus mandatos em 1º de janeiro de 2017. Em quase 70% das prefeituras da região, haverá renovação no comando do município. Isso porque os atuais prefeitos não conseguiram se reeleger ou já estavam no segundo mandato. 

A lição que fica para chegar ao final do mandato com as finanças em dia é administrar com zelo, dedicação e seriedade com o trato dos recursos públicos. A gestão precisa ser enxuta, sem gastos desnecessários e com o mínimo de funcionários comissionados. Além disso, é preciso contar com profissionais qualificados no primeiro e segundo escalões. A população não aceita mais a distribuição de cargos com base em acordos políticos e partidários. É preciso gente qualificada, especialmente nos cargos estratégicos. Somente assim, será possível realizar uma administração enxuta e voltada para os interesses do cidadão. 

Este ano será difícil para as prefeituras. A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) projeta um ano extremamente duro, com a redução dos repasses estaduais e federais. Os prefeitos que não colocarem em prática uma gestão enxuta e austera terão muitas dificuldades até mesmo para pagar os salários do funcionalismo em dia e manter a contento os serviços básicos. 

A gestão pública exige seriedade e profissionalismo. Os prefeitos que não compreenderem a importância de realizar um trabalho focado no bem-estar da população e no cumprimento da lei chegarão ao final dos seus mandatos em situação difícil e comprometedora politicamente.