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Samu adota novo protocolo em infarto

Aline Andrade

| Edição de 03 de outubro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Um novo protocolo adotado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Apucarana, vai mudar o atendimento a pacientes com quadro de infarto na região. Ampolas do medicamento ‘tenecteplase’, utilizado para evitar complicações em casos de pacientes infartados distantes do atendimento médico, já foram disponibilizadas pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) e estão à disposição da população dos 17 municípios atendidos pela 16ª Regional de Saúde de Apucarana (RS). De janeiro a setembro deste ano, foram registradas 158 mortes por infarto na região de acordo com dados da RS, uma a cada dois dias. 
De acordo com o coordenador de enfermagem do Samu de Apucarana, Miquéias Romagnolo, a conquista do medicamento se deve a um protocolo desenvolvido pela equipe da Central Centro Norte de Apucarana, sob a mentoria do cardiologista José Leopoldo, de Apucarana. “Doutor Leopoldo desenvolveu este protocolo de atendimento em 2015, mas somente agora conseguimos trazê-lo para o atendimento de urgência e emergência do Samu. É uma prática de extrema importância que visa impedir danos maiores ao músculo cardíaco do paciente infartado durante o transporte para o atendimento hospitalar”, disse. 
São duas ampolas com custo de até R$ 5 mil cada uma, que ficarão divididas entre as ambulâncias avançadas de Apucarana e Arapongas, com reposição imediata sempre que necessário. No próximo dia 30, no auditório do Senac em Apucarana, representantes do laboratório fabricante do medicamento irão realizar um treinamento para médicos e demais servidores da Saúde dos municípios que serão beneficiados. 

Imagem ilustrativa da imagem Samu adota novo protocolo em infarto


“Queremos fazer todos os esclarecimentos e treinamentos a respeito do uso da medicação, bem como mostrar em que condições o medicamento está indicado e quais devem ser os procedimentos destes profissionais em casos de infarto nas unidades de saúde das suas respectivas cidades. Esperamos pelo menos 120 servidores da Saúde da região para o treinamento”, garantiu Romagnolo. 
As doenças cardíacas estão entre as principais causas de morte na região. Dados da 16ª RS de Apucarana revelam que somente neste ano, de janeiro a setembro, foram registradas 158 mortes por infarto. Este número representa cerca de 17 óbitos por mês, em média. 
Para o médico Altimar Carletto, chefe da 16ª RS de Apucarana, o uso do medicamento é de extrema importância para garantir uma melhor recuperação a pacientes cardíacos na região. “Não é necessariamente uma garantia de vida, mas evita danos maiores ao infartado. Quando temos um paciente com infarto, precisamos intervir em no máximo uma hora e meia para que a situação não se torne mais grave, e isso dependia muito da localização do paciente. Quanto mais longe, mais agravado ficava o quadro. Com este medicamento, independentemente do tempo de transporte até o hospital, a intervenção vai evitar complicações”, explicou.