CIDADES

min de leitura - #

Saques do FGTS não ‘empolgam’ comércio varejista

Renan Vallim

| Edição de 16 de março de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

O impacto do pagamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) no comércio ainda não ficou claro. A meta do Governo Federal com a medida seria de estimular a economia, mas lojistas ainda se mostram receosos com relação ao cumprimento desse objetivo. Segundo a maioria dos contribuintes ouvidos pela Tribuna, o pagamento de dívidas deve ser o principal uso do dinheiro extra.

Imagem ilustrativa da imagem Saques do FGTS não ‘empolgam’ comércio varejista

Sócia-proprietária de uma loja de roupas em Apucarana, Claudete Ferreira da Silva acredita que o comércio não vai se beneficiar com os saques das contas inativas do FGTS. “A maioria das pessoas vai usar o dinheiro para pagar dívidas. Acredito que pouca gente pensa em comprar algo. Ainda mais com tanta gente desempregada. Acho difícil o comércio se beneficiar”, diz.
Vendedor de uma loja de artigos masculinos, Leonardo de Souza se mostra receoso. “A expectativa era de que a loja pudesse vender mais, já que as pessoas vão ter mais dinheiro com o FGTS. Nos primeiros dias, inclusive, foi assim. Não sei se teve algo a ver com o FGTS, mas logo que os pagamentos começaram, tivemos um pequeno aumento no movimento. Mas agora, depois de quase uma semana, a situação voltou ao que era antes. Por isso, acho que o impacto não vai ser grande no fim das contas”, afirma.
O crescimento do endividamento, apontado pelos economistas nos últimos dois anos, é a principal causa para que o dinheiro sacado não seja gasto no comércio. Maria Xavier da Silva, auxiliar de serviços gerais, deverá quitar os débitos pendentes. “Esse dinheiro vai ser ótimo para mim, porque vou dar aquela equilibrada nas contas. Vou poder pagar tudo o que está atrasado”, afirmou.
O representante comercial Robson Antunes também deve usar para pagar contas. “A minha prioridade é quitar o financiamento do meu carro. Não pretendo gastar o dinheiro que sobrar. Ao invés disso, vou guardar na poupança para alguma emergência. Esse dinheiro do FGTS vai ser excelente, não só para mim, como para todo mundo que tem algum valor para sacar”, ressaltou. (RENAN VALLIM)