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Sem legistas, IML restringe atendimento

Renan Vallim

| Edição de 13 de setembro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A falta de médicos legistas na unidade de Apucarana do Instituto Médico Legal (IML) fará com que necropsias, exames de corpos de delito e outros serviços seja transferido para outras unidades. Com metade do quadro de médicos necessário desde agosto, o órgão deverá restringir o atendimento destes profissionais durante duas semanas de cada mês.

Imagem ilustrativa da imagem Sem legistas, IML restringe atendimento

De acordo com o médico legista Narciso Marques Moure, apenas dois profissionais estão lotados no IML de Apucarana. Apesar do contrato dos dois preverem 80 horas de trabalho por mês, o tempo trabalhado por eles é de 182 horas mensais.
“Ao final do mês de agosto, perdemos dois médicos por conta do final do contrato de ambos. Estava prevista a chegada de outros dois médicos através de concurso feito há cerca de dois anos. Porém, nenhum deles apareceu para ocupar as vagas”, afirma ele.
Segundo o médico, cada legista do IML apucaranense fica disponível 24 horas por dia durante uma semana por mês. Além disso, eles trabalham em regime clínico durante uma tarde por semana: um às segundas-feiras e outro às sextas.
“Em duas semanas por mês, haverá médicos legistas de plantão e, nestes dias, o trabalho não será afetado e vai funcionar normalmente. Mas, nas duas semanas em que não houver plantões, só será possível realizar necropsias em Apucarana nas segundas e sextas-feiras”.
Moure lamenta o incômodo que a situação irá causar. “Já estamos trabalhando muito além da carga contratada. A situação irá gerar problemas para as famílias de pessoas falecidas, que geralmente já se encontram em uma situação delicada”, diz.
Um funcionário do IML que preferiu não se identificar afirmou que a orientação de transferir os corpos para Londrina ou Maringá nos dias em que não houver médicos legistas na unidade partiu da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). 
Outro problema é que o IML tem apenas um veículo rodando, o que implica que, em caso de transferências para Londrina ou Maringá, não será possível atender a novos chamados que surjam neste intervalo.
Através de contato telefônico, a assessoria de imprensa da Sesp confirmou a situação em Apucarana e a orientação para procurar unidades do IML em cidades próximas. A assessoria também confirmou a dificuldade em preencher as vagas através do concurso já existente. Um novo concurso não pode ser realizado por conta do período eleitoral. Apesar da solicitação da reportagem, a Sesp não divulgou nota oficial a respeito do caso, nem deu prazo para a resolução do problema.
Além de Apucarana, o IML local atende ainda Arapongas e outros 15 municípios do Vale do Ivaí.