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Silagem utiliza 35% da safra de milho

Ivan Maldonado

| Edição de 09 de fevereiro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Com a janela de ensilagem aberta - período em que o milho mantém a porcentagem de matéria seca entre 33% e 35% -, produtores rurais da região já colhem o milho que é destinado para alimentar os animais. Na regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), de Ivaiporã, que abrange 22 municípios, a área destinada à cultura do milho é de pouco mais de 15 mil hectares, sendo que 35% da área está sendo destinada para silagem. Em alguns municípios com maior tradição pecuária e suinocultura, a maior parte da primeira safra do milho tem essa finalidade e o volume pode chegar a 70% da área cultivada.

O processo de “ensilagem” consiste no corte da forragem, armazenamento em silos feitos em buracos no solo, compactação e a proteção com a vedação por lonas. A “silagem” é o alimento gerado por esse processo, destinado principalmente para bovinos. Na época seca, substitui o pasto; na engorda em confinamento, é usada junto com os grãos e farelos.
Conforme o agrônomo Sergio Carlos Empinotti, do Departamento de Economia Rural (Deral), da Seab de Ivaiporã, o milho para a alimentação animal está dentro das especificações esperadas e com ótima produtividade. “Tanto a massa aérea quanto os grãos estão bem produtivos, o que produz bastante massa”. Já o milho safrinha destinado à comercialização dos grãos deve levar ainda uns 20 dias para o início da colheita. “A previsão é de uma boa safra”, assinala Empinotti. 

Imagem ilustrativa da imagem Silagem utiliza 35% da safra de milho

O produtor rural José Luiz de Paula Dias, da localidade de Água do Milagre, em Ivaiporã, fez a silagem do milho plantado em área de dois hectares na semana que passou. “Cada hectare pode render de 40 a 60 toneladas”, relata. A alimentação está sendo reservada para a engorda de cerca de 30 cabeças de gado durante o inverno e os períodos de seca. “A silagem hoje é indispensável para o gado. Se for para comprar o trato pronto, no caso à ração, ficaria inviável”, relata Dias.
Edilson Schefer, produtor rural na localidade de Jardim da Curva, em Ariranha do Ivaí, conta que a ensilagem na lavoura dele, também em área de dois hectares, será feita na próxima semana. “Se for bem armazenada a silagem pode ficar até dois anos”. Ele relata ainda que na região onde mora a maioria dos produtores plantaram milho para silagem. “Hoje comercializar grãos não compensa, o preço está muito baixo. Nas lavouras que eu conheço, o pessoal plantou para silagem, tudo para consumo próprio, não planta mais para comércio de grão”, completa Schefer. 

Associativismo 

Em Ivaiporã, boa parte da silagem dos agricultores familiares é feita com maquinários das 10 associações rurais do município. Segundo José Luiz de Paula Dias, que é o presidente da associação da Água do Milagre, o associativismo é primordial para que o produtor hoje se mantenha no campo.
“A mão de obra no campo hoje está bastante escassa e, se o pequeno depender de pagar o serviço, não tem como se manter. Hoje, nós temos inscritos na associação 70 famílias, ou com serviço de trator ou aluguel de implemento, todos são atendidos”, comenta Dias.
A associação tem um trator, diversos implementos e duas carretas basculantes. Segundo Dias, o associado paga um percentual bem abaixo que pagaria no mercado. “Hoje, o particular cobra em torno de
R$ 150,00 a R$ 170,00 a hora. No caso da silagem, a média por alqueire gira em torno de 8 a 10 horas de serviço, então gastaria de R$ 1.5 mil a R$ 1.7 mil. Já pela associação, o gasto é menos que a metade do particular”, relata Dias