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Tecnologia para aumentar produção de leite

Ivan Maldonado

| Edição de 16 de junho de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A produção leiteira da região de Ivaiporã está em ritmo ascendente. Segundo informações do Departamento de Economia Rural (Deral) de 2009 a 2018 a produção dos municípios do Vale do Ivaí jurisdicionados à regional da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab) cresceu 28%, passando de 59.401 milhões de litros para 76.096 milhões anuais. Entre os fatores que contribuíram para a escalada da atividade, está o melhoramento genético de matrizes e conceito de bem-estar animal. Com produção de 5,7 bilhões de litros, o Paraná é o segundo maior estado produtor de leite do país. 
De acordo com o engenheiro agrônomo do Deral, Sergio Carlos Empinotti, o investimento em alimentação de qualidade, aliado ao melhoramento genético do rebanho e as técnicas avançadas de ordenha foram os fatores fundamentais para que os produtores da região elevassem a produção. “A pecuária de leite, apesar das dificuldades, é uma das atividades rurais com renda diária, que sustenta e gera lucro para muitas propriedades rurais. Percebendo isso, os produtores da região passaram a enxergar o leite como um negócio mais profissional, investindo em tecnologias e na melhoria genética do rebanho passaram a produzir muito mais”, comenta. 
Foi com investimentos que os irmãos Aliny Spity e Elinton Spiti, que têm um sítio na localidade da Água da Laranjeira, em Ivaiporã, alcançam uma produtividade média de 30 litros de leite por vaca/dia em seu rebanho. Para atingir esse resultado, eles utilizam alimentação de boa qualidade, inseminação artificial e passaram a utilizar um sistema intensivo de criação. 
Com plantel de 82 vacas holandesas, Elinton conta que nem sempre foi assim. Segundo ele, a evolução iniciou há 26 anos, quando o pai deles aderiu ao Programa de Inseminação Artificial (PIA), uma parceria entre a prefeitura e os produtores que fornece o sêmen e a inseminação. “Na época, tínhamos umas duas ou três vacas mestiças que, quando produziam muito, era 6 litros. O negócio deu tão certo, que hoje nosso plantel é 100% de inseminação artificial”.

INSEMINAÇÃO
O inseminador Gilvani Coelho, que está no programa desde a instalação, conta que por ano são realizadas 2 mil inseminações nas 170 propriedades cadastradas no PIA. “Considerando 50% para machos e fêmeas, então são mil vacas a mais entrando na produção todo o ano”, comenta. No município, as inseminações do programa são especificamente com sêmens das raças Holandês preto e branco, Holandês vermelho e branco, Jersey, Pardo Suíço e Gir. A Secretaria de Agricultura cobra uma taxa de R$ 69,30 por vaca inseminada que é revertida para a manutenção do PIA. 
Segundo Aliny Spity, o tipo de instalação usada para vacas leiteiras também tem grande influência nos resultados de produtividade e sanidade do rebanho, por isso é utilizado na propriedade o sistema Composto de Barns. Ela explica, que o sistema consiste em uma área coberta de descanso para vacas leiteiras, com cama feita de serragem. “O principal objetivo é proporcionar aos animais, um local confortável e seco. Com maior conforto e maior higiene, nossas vacas tiveram redução de problemas de saúde, e consequentemente aumento na produção e melhor qualidade do leite. A nossa vaca campeã já chega a produzir mais de 40 litros”, completa Aliny.