OPINIÃO

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Um por todos e todos por um

​Por Rogério Ribeiro, economista, professor universitário e vice-presidente para assuntos de controle social do Observatório Social de Apucarana

| Edição de 22 de julho de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente o resultado de três pesquisas que devem ser analisadas com muita atenção. A primeira é o resultado da Pesquisa Industrial Mensal referente ao mês de maio de 2018. Ela demonstra que a produção industrial total encolheu 10,9% no mês de referência em relação ao mês anterior, indicador puxado pela paralisação na produção e comercialização como consequência da greve dos caminhoneiros. Nos últimos 12 meses a produção industrial cresceu 3,0%.

Nesta pesquisa o Estado do Paraná foi o segundo estado que mais sofreu em maio de 2018, com uma redução de 18,4%, porém no acumulado de 12 meses ocorreu crescimento da produção industrial em 2,1%. 
A segunda é a Pesquisa Mensal do Comércio referente ao mês de maio de 2018, onde apresenta que o volume de vendas no varejo encolheu 0,6% no mês de maio em comparação com o mês anterior e quando se inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o chamado comércio varejista ampliado, apresenta que o volume de vendas caiu 4,9% em relação a abril. 
Embora, o indicador de maio de 2018 demonstre uma queda preocupante o acumulado em 12 meses mostra que o volume de vendas no varejo cresceu 3,7% nos últimos 12 meses e o varejo ampliado 5,8%.
Já a terceira é a Pesquisa Mensal de Serviços também referente a maio de 2018 que apresentou uma redução no volume de atividade do setor de serviços em 3,8% em relação ao mês anterior e queda de 1,6% no acumulado dos últimos 12 meses.
Com efeito, o Ministério do Trabalho divulgou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do mês de junho de 2018 onde ocorreu o fechamento de 661 vagas de emprego no mês de referência, caracterizando o primeiro mês de queda na geração de emprego no mercado formal no ano. Mesmo assim o país apresentou um acumulado de criação de empregos na ordem de 280 mil novos postos de trabalho nos últimos 12 meses e de cerca de 392 mil no acumulado de 2018.
A economia tenta reagir porém, o Índice de Confiança da Indústria medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta uma queda de 0,5 ponto ao mesmo tempo em que nossa economia apresenta uma redução no nível de utilização da capacidade instalada da indústria para 75,9%.
Com isto o Índice de Incerteza da Economia Brasileira, também apurado pelo IBRE, aumentou 10,1 pontos atingindo um total de 125,1 pontos, maior nível desde janeiro de 2017.
De forma mais local identificamos que o desemprego se apresenta mais intenso, assombrando as famílias nos municípios de Apucarana e Londrina, onde foram fechados 465 e 2.730 postos de trabalho no mercado formal, respectivamente, nos últimos 12 meses.
É inequívoco que a economia nacional, estadual e regional deve ser reorientada com políticas econômicas visando proteger a sociedade do desemprego, porém o governo Temer já acabou, está se arrastando, e os governos estaduais estão mais preocupados com o processo eleitoral e em conseguir fechar as contas fiscais. Já os municípios pouco se preocupam com o problema do desemprego e nada fazem. Até porque é mais fácil jogar a responsabilidade no governo federal. 
Mas os municípios podem e devem tentar implementar algumas políticas visando o combate ao desemprego. Um bom começo seria começar a enfrentar o problema do desemprego de forma mais efetiva e discutir alternativas com a sociedade civil organizada. O que está faltando é o de sempre: o diálogo efetivo. Somente assim poderemos começar a ter tentativas locais de combate ao desemprego. Todos ganharão com isto.