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Vendas de pacotes despencam com coronavírus

FERNANDA NEME APUCARANA

| Edição de 15 de março de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A pandemia do coronavírus tem causado preocupação não só na saúde, como também na economia. O turismo é uma das áreas mais afetadas e as empresas do ramo têm vivenciado um período de queda nas vendas. Em Apucarana, de acordo com o consultor de viagens João Felipe Maistrovicz, os últimos dias têm sido de rotina de cancelamentos. 

No entanto, ele explica que companhias aéreas e operadoras estão remarcando viagens para outras datas sem custos, em alguns casos. “Quem tinha intenção de viajar para a Europa em 2020, terá que prorrogar para 2021. Enquanto isso, as vendas para destinos nacionais têm tido alta procura”, ressalta. 
Em Apucarana, a agente de viagens Regiane Moraes conta que a venda de pacotes diminui em torno de 45% no último mês. “As pessoas estão com medo de viajar, principalmente para fora do Brasil. O público opta por viagens nacionais atualmente. Além disso, a Argentina e o Paraguai, locais visitados com frequência pelos apucaranenses estão fechados. Os navios também estão praticamente todos cancelados”, lamenta. 
A situação não é muito diferente para o setor de passagens terrestres. De acordo com Alessandro Reina, encarregado das vendas de uma empresa de transportes em Arapongas, março é sempre menos movimentado em relação aos outros meses. No entanto, com o surgimento do coronavírus, esse quadro deve piorar nos próximos dias devido ao cancelamento de eventos pelo Brasil. 
“A feira Móvel Sul, que acontece em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, por exemplo, foi cancelada, e é um evento que movimenta a venda de passagens em março para a nossa região. Diversas outras feiras e eventos importantes também serão adiadas neste ano. É preocupante para a economia da empresa”, acredita. 
PROCON
O Procon-PR já recebeu até a última sexta-feira, 144 reclamações de consumidores que tiveram dificuldades para cancelar suas viagens aéreas para destinos com risco de coronavírus e receber ressarcimento das passagens por parte das companhias. 
O consumidor que tiver alguma dificuldade para cancelar passagens aéreas ou pacotes turísticos pode procurar o órgão do consumidor para reclamar. Vale lembrar que nem todos os destinos são considerados risco para fins de cancelamento. São considerados como risco países com grande número de ocorrências de Covid-19.
Em primeiro lugar, o consumidor deve entrar em contato com a empresa e tentar uma solução. Se não houver acordo, a alternativa é acessar a plataforma consumidor.gov.br, pelo site ou aplicativo celular, ou pode ir até o Procon-PR para formalizar a reclamação. “É importante utilizar esse canal de atendimento online. A empresa tem até 10 dias para dar o retorno da reclamação registrada. Todas as companhias aéreas participam, as nacionais e internacionais”, diz a chefe do Procon-PR, Claudia Silvano.

Exames descartam caso suspeito de Covid-19 Apucarana
O caso suspeito de coronavírus que estava sendo investigado em Apucarana foi descartado. Em comunicado divulgado na noite de anteontem, O Hospital da Providência informou que os exames para diagnóstico de Covid-19, o novo coronavírus, deram negativo. O paciente que foi testado, o padre Egídio de Vidi, 95 anos, havia recebido visita de parentes da Itália. Depois de ter recebido alta na quarta-feira, ele foi novamente internado no hospital na quinta-feira após sofrer um AVC. Seu estado de saúde é considerado grave.
Até agora, o Paraná tem seis casos confirmados de coronavírus - cinco em Curitiba e um em Ciarnorte. Setenta e dois casos estão sob investigação. Em nota divulgada ontem, a Secretaria da Saúde (Sesa) informa que eventos programados ainda devem ser mantidos. A decisão foi baseada na instrução do Ministério da Saúde para que cada gestor de Unidade Federada deva adaptar as recomendações para a sua realidade local. A indicação é de manter o que está agendado até a segunda-feira (16), quando uma nova avaliação do cenário será realizada pelo Centro de Operações de   Emergências (COE) em Saúde Pública da Sesa.
No Paraná, portanto, não se justifica neste momento a suspensão ou cancelamento de atividades em função da situação epidemiológica da doença favorável do Estado: não há transmissão local ou comunitária.