OPINIÃO

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Alta dos combustíveis: risco para a economia nacional

Da Redação

| Edição de 12 de dezembro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Tem causado irritação por parte de motoristas a alta no preço do etanol registrada nos últimos dias, constatação registrada pela Tribuna na edição de ontem nos postos de combustíveis da região e passível de ser replicada em todo o país através de simples observação. Por conta do encarecimento da gasolina há algumas semanas atrás, o combustível derivado da cana-de-açúcar era a alternativa ideal para proprietários de veículos com tecnologia flex conseguirem manter os gastos com transporte dentro do orçamento. Além de contrariar os consumidores, o aumento de valores pode gerar um efeito ainda maior na economia.

De acordo com especialistas ouvidos pela Tribuna, um dos fatores que influenciaram o aumento de preço do etanol é a prioridade, por parte das empresas, da produção de açúcar para exportação. Outro ponto é o próprio aumento do preço da gasolina, aumentando a procura pelo etanol que, naturalmente, sobe de preço. Além disso, as previsões para as próximas semanas e meses não são positivas: estamos prestes a entrar na entressafra da cana, o que tradicionalmente eleva os preços.
Infelizmente, a alta do etanol, combinada com a gasolina e com o óleo diesel que já se encontram em patamar elevado há alguns meses, deve continuar a provocar um ‘efeito cascata’ em outros produtos. Em outras palavras, a alta dos combustíveis deve elevar também o preço de outros produtos, que utilizam o modal rodoviário para o transitar dos locais de produção até o mercado consumidor. Há o receio, por parte de economistas, de que a variação dos combustíveis provoque um aumento no índice inflacionário nacional.
Sendo assim, esta situação pode dificultar a prática da política econômica adotada pelo Brasil através do ministro Paulo Guedes. Ele já declarou repetidas vezes que o país deve manter a inflação baixa e o câmbio alto por algum tempo. Um desequilíbrio nesta balança pode afetar a economia como um todo e, portanto, o Governo Federal precisa estar atento a esta situação, inclusive preparando ações que forcem a manutenção do índice de inflação.