OPINIÃO

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As diferentes correntes políticas e as eleições presidenciais

Por Irineu Berestinas, formado em Ciências Sociais, de Arapongas

| Edição de 10 de outubro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Interessante que o termo “liberal”, braço do termo “liberalismo”, pode ser considerado pau para toda obra. Nos EUA, por exemplo, equivale a ser de esquerda, postura lá relacionada com o Partido Democrata, de Bill Clinton e do histórico Franklin Delano Roosevelt. Já, no Brasil, ser liberal significa obter passaporte de viagem para a direita, ainda mais se a essa corrente se juntarem princípios conservadores (luta pela unidade da família, liberdade de clero, reprovação ao kit gay e à ideologia do gênero e da escola com partido). 

Mas qual a diferença que sustenta o espectro ideológico e político dessas correntes, em que pese as diferenças semânticas? O marxismo (teoria de Karl Marx), por exemplo, visita outros redutos. Fotografa a marcha histórica com uma concepção determinista, nela, está inserida a luta de classes, como o seu motor principal, ou seja, de degrau em degrau, chegaríamos à sociedade sem classes, e o capitalismo, na reta final dessa escalada, prepararia as condições históricas para que esse resultado emergisse naturalmente, trazendo antagonismos e contradições de tal ordem (acumulação do capital, redução da taxa de lucros, superprodução crescente), que o comunismo seria macuco no embornal. 
Com a extinção do Estado, haveria a expropriação dos meios de produção (bens de capital, fábricas, terras, estabelecimentos comerciais e prestadores de serviço). A religião, considerada o ópio do povo, segundo as próprias palavras de Marx, seria banida. Os desenlaces revolucionários mais conhecidos ocorreram no século passado (Rússia, China, Cuba, Coreia do Norte, Vietnã, Camboja, etc.) e, mais recentemente, na Venezuela de Chávez e Maduro, e Nicarágua, de Daniel Ortega. Foi diante desse quadro que Stalin, Trotsky e Lênin comandaram a primeira revolução comunista, à frente do partido bolchevique na Rússia dos czares, num país dilacerado pela 1ª Guerra Mundial, e Mao Tsé Tung, Deng Xiaoping e Chu En-Lai, a revolução chinesa. 
Por sua vez, Antonio Grasmci, célebre teórico e chefe do partido comunista italiano, no período fascista de Benito Mussulini, projetou a luta da classe operária, nela inserindo a guerra cultural, por meio da qual seriam dizimados os valores das sociedades ocidentais, oriundos das civilizações grega, romana e judaica. Na concepção de Gramsci, o Estado em vez de passar pelo poder dar armas revolucionárias, como fizeram os vanguardistas das revoluções já citadas, deveria ser tomado lenta e gradualmente pelos integrantes do partido comunista. A Igreja Católica, na concepção de Gramsci era um consolida inimigo do Partido Comunista. 
Já, o liberalismo econômico preconiza um estado mínimo, que atenda: as funções básicas de segurança, justiça, diplomacia, saúde, educação, saneamento básico, etc., cujos princípios são os seguintes: garantia da propriedade privada; liberdade de clero; livre iniciativa;  enaltecimento dos sistema de mérito e hierarquia; carga tributária reduzida; democracia no sistema político, que permita a rotatividade no poder. 
Já a social democracia, não propõe a estatização dos meios de produção, mas é adepta de acentuada e crescente tributação, de modo a criar condições para implantar o estado benfeitor. Os países escandinavos são os que mais se aproximam desse enredo (Noruega, Dinamarca, Suécia, Islândia e Finlândia). O que tem inviabilizado o sistema produtivo por elevada e asfixiante sobretaxação.