A avaliação negativa do presidente Michel Temer (PMDB), segundo a última pesquisa CNT/MDA divulgada na quarta-feira pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), subiu para 44,1%. Conforme o levantamento, apenas 10,3% aprovam a gestão do peemedebista. Na pesquisa anterior, realizada em outubro do ano passado, a avaliação positiva era de 14,6% dos entrevistados.
Esse resultado é reflexo do fisiologismo adotado por Temer em seu governo. Apesar da queda de Dilma Rousseff (PT) estar ligada diretamente aos escândalos de corrupção, o peemedebista insiste em desafiar a sociedade, mantendo em seu primeiro escalão vários ministros denunciados na Operação Lava Jato. A reação da população a essa postura está mais do que demonstrada na pesquisa CNT/MDA.
A nomeação dos ministros não tomou como base nenhum critério técnico, mas teve como premissa a escolha de apadrinhados políticos. A nomeação de Moreira Franco como ministro, garantindo foro privilegiado, foi uma completa afronta aos brasileiros. Essa atitude repetiu o nefasto gesto feito por Dilma ao indicar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ministro da Casa Civil, como forma de beneficiá-lo, e que foi rejeitada pela população com veemência. Temer não se constrangeu ao adotar a mesma prática, que curiosamente acabou validada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com o voto favorável do decano Celso de Mello.
Temer tem conseguido, paulatinamente, algumas melhorias na economia. É inegável. A inflação de janeiro, por exemplo, foi a mais baixa já registrada para o mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que iniciou a série de levantamentos em 1979. É um alento após anos e anos de inflação galopante.
A população, é claro, está ansiosa pela retomada do desenvolvimento econômico e a volta da geração de empregos. Há alguns sinais, tímidos é verdade, de reação. No entanto, a questão da corrupção é ponto nevrálgico na avaliação do governo, ainda mais após os escândalos de corrupção registrados durante os anos petistas no Palácio do Planalto. Por isso, essa postura fisiologista, de auto-proteção, com a manutenção de ministros denunciados e investigados, depõe contra Temer e ajuda a explicar esses baixos índices de aprovação da pesquisa CNT/MDA.
Em síntese, a população não suporta mais conchavos e esses sucessivos escândalos de corrupção em Brasília, não importa quem estiver à frente do Palácio do Planalto.