O Brasil registra 47 mil mortes no trânsito por ano, segundo levantamento do Observatório Nacional de Segurança Viária. Outras 400 mil pessoas ficam com algum tipo de sequela. O custo dessa “epidemia” ao país é de R$ 56 bilhões. Com esse dinheiro, seria possível construir 28 mil escolas ou 1,8 mil hospitais.
Os números são impressionantes e mostram a necessidade de buscar alternativas para reduzir esse quadro. Algumas medidas emergenciais são importantes, como o aumento da fiscalização e da punição de motoristas infratores, além da melhoria da infraestrutura, aprimorando a sinalização e o pavimento das estradas.
No entanto, mesmo importantes, essas medidas não são suficientes. Somente melhorando a educação no trânsito será possível transformar essa realidade atroz, que vitima tantas pessoas no Brasil.
Por isso, a importância de ações de educação. Em Apucarana, por exemplo, a Guarda Municipal (GM) está realizando um trabalho em todas as 37 escolas municipais. O objetivo é formar motoristas mais conscientes para o futuro. Nesse contexto, as crianças aprendem desde cedo as regras básicas, além da importância de manter uma convivência mais harmoniosa no trânsito.
Até o final de setembro, o Grupo de Patrulhamento Escolar Municipal, da GM, vai percorrer as unidades e ensinar as regras e normas de tráfego seguro a mais de 1,7 mil alunos de 4º e 5º anos. Entre os principais temas abordados estão a importância do cinto de segurança e do capacete, o uso do celular na direção, o respeito à sinalização e a travessia na faixa de pedestres. Certamente, as crianças levarão essas lições para casa, ajudando a melhorar o trânsito de forma geral.
Em Arapongas, a GM também realiza um trabalho importante nesse sentido. A Guarda Municipal da cidade, inclusive, é pioneira na região em atividades nas escolas e também de orientação à própria população.
O projeto agora ganhará um impulso, com a inauguração nesta quinta-feira da Escolinha de Trânsito na sede da 7ª Companhia da Polícia Militar (CIPM). O local, que leva o nome do saudoso “sargento Benedito de Oliveira”, conta com uma pista educativa, em uma área de 1700 m², que permite simular em escala reduzida, as condições do trânsito da cidade, incluindo a sinalização horizontal, vertical e semafórica. É um passo à frente para educar as crianças da cidade e que, certamente, trará resultados no futuro.
Esse é o caminho que o Brasil precisa adotar. Educando as próximas gerações, o país poderá reduzir essas estatísticas de guerra. O trânsito exige, antes de tudo, uma mudança de postura. E isso passa pela educação.