OPINIÃO

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Casos de Aids entre jovens são motivo de preocupação

Da Redação

| Edição de 14 de agosto de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A concentração de casos de HIV entre jovens é um dado preocupante. O país tem 49% das pessoas infectadas com a doença em toda América Latina, segundo levantamento do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS). Quatro mil e quinhentas novas infecções pelo vírus HIV foram registradas no Brasil em adultos em 2016, de acordo com a UNAIDS, sendo que 35% ocorreram entre jovens de 15 a 24 anos.

Em âmbito regional, esse fenômeno se repete. Segundo estatísticas da 16ª Regional de Saúde (RS) de Apucarana, jovens entre 20 e 34 anos formam quase metade do volume de notificações de HIV na região desde 2016. Ao todo, 209 pessoas foram diagnosticadas com o vírus nas 17 cidades de abrangência da 16ª RS. Destas, 98 estão nessa faixa etária, o que representa 47% do total.
Esse quadro merece uma reflexão. O Ministério da Saúde já considera que há uma “epidemia” de Aids entre os jovens. Diferentemente da geração dos anos 80, que viu seus ídolos morrerem de Aids – Cazuza, Renato Russo, Freddie Mercury, entre outros -, os jovens de hoje vivem uma realidade diferente. O tratamento para o HIV garante a qualidade de vida dos pacientes e fez com que o número de mortes caísse enormemente e tenha se mantido estável na última década.
Essa situação, talvez, ajude a explicar a falta de comprometimento dos jovens. Um grande número de pessoas nessa faixa etária deixou de se cuidar em relação a Aids e também a outras doenças sexualmente transmissíveis, não usando preservativos nas suas relações. Como a doença não está nos holofotes como na década de 80, muitos jovens não levam a sério os riscos. 
É preciso mudar essa mentalidade. Nesse sentido, é fundamental que os jovens, tão antenados em redes sociais e na internet, passem a adotar um comportamento preventivo. O cuidado deve fazer parte da rotina. 
Apesar de o tratamento garantir certa qualidade de vida, é fundamental ter em conta a gravidade da doença. Em caso de infecção, o uso de remédios é permanente. Há efeitos colaterais importantes e também outras complicações. 
A maioria dos municípios oferta atendimento. Em Apucarana, por exemplo, há a disposição das pessoas o Núcleo de Atenção, Testagem e Triagem de Apucarana (Natta), que realiza testes rápidos da doença. Além disso, esse serviço é ofertado em outras dez Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) da cidade. 
Enfim, é preciso manter atenção sobre o assunto. A HIV é uma doença grave e que pode ser prevenida com o uso de preservativo durante as relações sexuais. Hoje é muito raro morrer de Aids, mas o estigma e o sofrimento que essa pessoa vai passar durante a sua vida é inegável e jamais pode ser desmerecido.