Um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), baseada em dados do Sistema de Informações Hospitalares e Datasus, aponta um crescimento acelerado na realização de cirurgias bariátricas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entre 2008 e 2017, foram realizados 215% procedimentos a mais. Na região, a situação não é diferente.
Apesar de não ser possível fazer o mesmo comparativo uma vez que as cirurgias não são feitas em hospitais locais, o número de encaminhamentos para o procedimento disparou. Entre 2006 e 2017, o aumento foi na ordem de 108%, segundo dados das regionais de saúde de Apucarana e Ivaiporã.
As a pesquisa da SBCBM, o Brasil é o segundo país que mais realiza cirurgias bariátricas no mundo. O primeiro é os Estados Unidos. Entre os Estados que mais realizaram cirurgias bariátricas pelo SUS, o Paraná lidera com 47% de todos os procedimentos no período pesquisado, seguido de São Paulo 20,2%.
Os índices estão diretamente relacionados a outro fenômeno preocupante, o aumento da obesidade. Dados divulgados recentemente pelo Ministério da Saúde mostram que 18,9% da população acima de 18 anos nas capitais brasileiras é obesa. O percentual é 60,2% maior que o obtido na primeira vez que o trabalho foi realizado, em 2006, quando essa parcela era de 11,8%.
A mesma pesquisa aponta que mais da metade da população (54%) tem sobrepeso. Também é preocupante o fato do sobrepeso e obesidade estarem atingindo a população cada vez mais cedo. Entre os jovens, a obesidade aumentou 110% entre 2007 e 2017. Esse índice foi quase o dobro da média nas demais faixas etárias.
O estilo de vida sedentário, a falta de uma política mais séria de controle dos alimentos estão entre as causas mais óbvias do aumento da obesidade no Brasil e no mundo, uma vez que esse é um problema de ordem mundial.
Mais de uma em cada 10 pessoas em todo o mundo são obesas, e acredita-se que 2,2 bilhões estão com excesso de peso. A obesidade já é considerada uma crise global de saúde.
Reverter o quadro - que afeta tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento -, requer uma série de esforços não apenas na área da saúde, mas na educação passando pela questão econômica.
A adoção de uma vida mais saudável não é apenas uma questão de escolha pessoal, longe disso, está relacionada a políticas públicas de educação alimentar - algo muito incipiente no Brasil -, de um um novo olhar a respeito da produção e distribuição de alimentos, controle de e fiscalização de mercado, e de incentivo a práticas que melhorem a qualidade de vida do cidadão.
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