OPINIÃO

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​É preciso facilitar acesso a mamografias na rede pública

Da Redação

| Edição de 15 de outubro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Um levantamento divulgado pelo Centro de Oncologia do Hospital da Providência, de Apucarana, chama atenção para o baixo índice de diagnóstico precoce do câncer de mama. Apenas 8,8% dos casos detectados pela unidade desde outubro de 2008, ano de credenciamento no Ministério da Saúde, foram no estágio inicial da doença. É algo preocupante, porque o diagnóstico precoce garante chances de cura de até 98%. Esse quadro também revela falhas no acesso aos exames de mamografia na rede pública.

Dos 273 registros da doença confirmados pelo Centro de Oncologia, apenas 24 foram diagnosticados na fase inicial. Segundo o médico Ribamar Maroneze, responsável pelo Serviço de Mastologia do Hospital da Providência, o índice chega a 30% nos países desenvolvidos. O Centro de Oncologia atende Apucarana, mas também vários municípios da região. 
A causa dessa distância entre os indicadores está diretamente ligada ao serviço de atenção primária à saúde, que está sendo ineficaz. Trata-se de um problema nacional, que precisa ser combatido com políticas públicas que facilitem exames preventivos. 
A mamografia é essencial para a descoberta de casos precoces de câncer de mama e, principalmente, para garantir a cura da doença. Por isso, é preciso garantir formas de agilizar esse exame na rede pública. Atualmente, a mamografia é recomendada a partir dos 50 anos pelo Ministério da Saúde. Já a Associação Brasileira de Mastologia orienta aos 40 anos.
Essa carência no Sistema Único de Saúde (SUS) também precisa ser debatida no Outubro Rosa. A campanha tem como objetivo estimular a conscientização das mulheres para a importância da prevenção e justamente do diagnóstico precoce. Ou seja, o poder público precisa dar condições para a realização desses exames para que essa mobilização atinja melhores resultados. 
Em Apucarana, o número de mamografias vem aumentando, o que é importante. O exame gratuito foi realizado por 5.575 apucaranenses em 2015; em 2016 por 6.928, num acréscimo de 24,3%. Já em 2017, entre janeiro e agosto, já foram 4.242 exames. 
O município também apresenta um quadro de aumento no número de casos de câncer de mama. Em 2015, 27 mulheres foram diagnosticadas com a doença, sendo que em 2016 o número quase dobrou, com 44 casos. Neste ano já são 36 registros da doença.
Essas estatísticas mostram a importância de garantir os exames preventivos na rede pública. Há, inegavelmente, avanços nos últimos anos, com as prefeituras conseguindo ampliar o número de mamografias. No entanto, ainda não é suficiente. O baixo índice de detecção precoce do câncer de mama mostra isso. É preciso ampliar esse trabalho. Essa doença tem grande chance de cura, mas é fundamental descobri-la em seu estágio inicial.