OPINIÃO

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Gravidez precoce é assunto que exige total seriedade

Da Redação

| Edição de 06 de fevereiro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O aumento de casos de gravidez na adolescência coloca em alerta a 16ª Regional de Saúde (RS), de Apucarana, que abrange 17 municípios da região. Ao todo, 642 mulheres entre 10 e 19 anos deram à luz no ano passado. O número representa um aumento de 4% em relação a 2017, quando foram registrados 617 partos nesta faixa etária. Os dados tocam em um ponto polêmico, mas que precisa ser discutido: a educação sexual no Brasil. 

Apucarana, maior município da região, concentra o maior número de casos em 2018: 215, ou 33,5% do total. Em Arapongas, foram 171, ou seja, 26,6%. Depois aparece Faxinal, com 56 ocorrências (8,7%).
Chama atenção o avanço dos casos entre as mães com menos de 14 anos. Foram 14 registros em 2017 contra 35 no ano passado, um aumento de 105%. Entre as mães com 15 a 19 anos, a alta foi de 1,2%, passando de 600 para 607.
O assunto exige uma discussão profunda. Isso porque a maioria desses casos tem origem na falta de informação sobre sexualidade envolvendo os menores de idade. 
Nos últimos anos, uma onda conservadora viu na educação sexual uma ameaça e passou, com base em muita desinformação, atacar qualquer tipo de tema ligado ao assunto, principalmente nas escolas. 
Os números de gravidez na adolescência e também o aumento de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes mostram que é, sim, preciso discutir esses temas. O sexo ainda é um tabu, mas a disseminação da informação entre adolescentes, principalmente, é fundamental para reduzir os casos de gravidez nessa faixa etária e também para que os próprios menores possam denunciar casos de abusos, que, na maioria das vezes, ocorrem dentro de casa. 
No Paraná, a taxa de gestação na adolescência foi de 16,7% dos nascidos vivos em 2015, de acordo com a pesquisa Saúde Brasil, do Ministério da Saúde. O dado nacional é de 18%.
A mesma pesquisa revela que, entre 2014 e 2018, a taxa de mortalidade infantil foi maior entre as mães adolescentes em todas as Regionais de Saúde do Paraná. No grupo entre 10 a 14 anos, a taxa média foi de 22,14 por mil nascidos vivos; e entre 15 e 19 anos, o índice é de 11,9.
Portanto, é um assunto de extrema importância. É preciso quebrar alguns paradigmas e discutir abertamente o tema. Ao contrário do que muita gente pensa, é uma forma de proteger os nossos adolescentes e prepará-los para a vida adulta.