OPINIÃO

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Novo escândalo lança mais incertezas sobre o Brasil

Da Redação

| Edição de 19 de maio de 2017 | Atualizado em 18 de maio de 2017

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A denúncia envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB) caiu como uma bomba em todo o país na última quarta-feira. O peemedebista foi denunciado pelos donos da empresa JBS de avalizar a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), preso em Curitiba. Joesley e Wesley Batista, que firmaram acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR), gravaram conversas com o presidente. 

O impacto dessa acusação é enorme, pois pode representar até o fim do governo Temer justamente em um momento importantíssimo para a economia brasileira, que está prestes a superar a recessão, e também pela discussão no Congresso de reformas fundamentais, como a previdenciária e a trabalhista. 
As denúncias contra Temer são gravíssimas, pois representam uma tentativa de obstrução da Justiça, sem contar o uso de dinheiro de empresas que receberiam, em contrapartida, benefícios do governo federal. 

Depois das delações da Odebrecht, que sacudiram o país, muitos duvidavam que uma nova denúncia pudesse ter um impacto maior. Ledo engano. As acusações da JBS são ainda mais contundentes, pois, pela primeira vez, a operação Lava Jato produziu provas que colocam na berlinda Temer e também o senador Aécio Neves. O tucano foi flagrado pedindo R$ 2 milhões para Joesley Batista para supostamente pagar a sua defesa da Lava Jato. Chamou atenção o teor da conversa, na qual Aécio Neves usa termos criminosos, sugerindo que o pagamento deveria ser entregue a uma pessoa que fosse possível “matar”. É algo até mafioso e absurdo, ainda mais vindo de um político de uma família tradicional, que concorreu à presidência com o mote de combate à corrupção. 

Em meio a isso, a população sente-se ainda mais frustrada. É praticamente impossível encontrar um brasileiro sequer que tenha esperança em encontrar políticos sérios dispostos a passar o país a limpo. 
Por outro lado, o Brasil não pode parar. É preciso encontrar maneiras, mesmo em meio a essa turbulência, de seguir com a votação das reformas. Caso contrário, mais uma vez, a instabilidade política pode provocar um caos econômico sem precedentes, aumentando ainda mais o desemprego e recolocando a economia no fundo do poço. O momento é difícil, sim, e os culpados pelos crimes precisam ser punidos, mas a população, as organizações e as empresas não podem, novamente, ser prejudicadas.